terça-feira, 27 de janeiro de 2009

72 mil


Foi ontem anunciada, um pouco por todo o Mundo, a extinção de 72 mil postos de trabalho.
Ao que parece, ainda ninguém faz a menor ideia da magnitude desta crise, do tempo que iremos demorar a recuperar e de que forma saíremos dela.
Os milhões injectados nos bancos, parecem-nos agora não insuficientes, mas insignificantes, injectados no local errado. Perderam-se por entre tanto buraco, não chegando às pequenas e médias empresas e muito menos ao cidadão comum.
O desemprego, esse, vem ainda mais contribuir para a falência do sistema, não havendo emprego não há dinheiro para pagar dividas, não há dinheiro para o consumo, não há dinheiro para investir. Se as empresas não tiverem capital disponível, não há investimento, não há criação de emprego e perante tanta incerteza, o que há é muitas vezes anúncios de falências.
Ao que parece, a principal novidade nesta crise, é o facto de todos os Países à escala global estarem a naufragar neste clima de recessão. Muitos dizem que se assim não fosse, tudo seria mais facilmente resolúvel.
Eu que nada percebo de economia, penso o contrário.
O facto de o Mundo inteiro estar em recessão é uma grande oportunidade de mudança. O fim das offshores, a redistribuição da riqueza produzida, a transparência total na cobrança de impostos, a renovação da imagem dos politicos e da politica, seria mais facilmente aceite por todos neste microclima que vivemos por estes dias.
Fazer o dinheiro chegar ao povo é fundamental! Se o povo não tiver dinheiro para o consumo e quiçá para investir em ideias de negócio, não será possível existir o fluxo correcto e homogéneo que permita a sustentabilidade da economia.
Desengane-se quem pense que estas taxas previstas de desemprego (8%-10%), serão reversíveis, julgo que não o serão nem mesmo quando conseguirmos sair desta crise. O rumo que estamos a tomar é o da cada vez maior tecnologia nos processos, diminuindo a necessidade de mão-de-obra, ou a migração para países com mão de obra mais barata. Assim sendo, o desemprego será algo cada vez mais vulgar na nossa civilização ocidental, pelo que teremos que arrranjar forma de lidarmos com ele de forma digna. A globalização total da economia, deixando para trás as fronteiras obsoletas, bem como a taxação sobre os lucros exacerbados que em nada contribuem para a sociedade são a única forma de sustentar a nossa civilização.
Até lá, iremos andar apenas a marcar passo, desperdiçando tempo e dinheiro, tentando abrir buracos para sair de uma crise que tem uma porta entreaberta à nossa espera.

1 comentário:

blackbabdula disse...

Por este andar vamos tds e cavar batatas...