terça-feira, 29 de dezembro de 2009

quem és tu 2010?

Foi tão bom que passou a correr. Parece que foi ontem que entrámos no novo milénio e afinal já se passaram 10 anos. Durante tanto tempo os mais velhos lá me foram avisando, que a vida é para aproveitar porque com o avançar dos anos cada vez passa mais depressa, não é que eu não a tenha aproveitado, mas de facto passou rápido, demasiado rápido. Parece que foi ontem que trocámos os escudos pelos euros e damos por nós à porta de uma nova década que se quer bem vivida. Eu com 30 anos e tu com muitos mais e um futuro em aberto pela frente. Há 10 anos, tinha eu 20 e uma década para percorrer até chegar aos 30, e, confesso que foi boa, muito boa, cheia de pequenos momentos que guardo em retalhos coloridos dentro de mim.  Muitas vezes escrevo aqui neste blog, coisas que porventura apenas eu perceberei, por serem tão minhas, mas hoje não, hoje escrevo para todos os meus amigos, para todos os que amo, para os que perdem tempo a ler-me e para os que nem por isso, no fundo são apenas palavras que ficam guardadas, pensamentos e sentimentos meus que poderei reler mais tarde, lamentando a minha ingenuidade e sorrindo com o que a vida me ofereceu entretanto.
Chego a 2010 feliz, suportado por amizades e amores que povoam de cor e de sabores condimentados o meu pequeno mundo, que tento insistentemente que se mantenha aberto a tantos outros mundos. Sou no fundo como era há 10 anos, mas um pouco mais experiente e maduro, numa aprendizagem contínua dos outros e de mim próprio com eles, mas felizmente não deixo de me sentir uma criança. A vida não é assim tão complicada, somos apenas nós e os outros e agora pelos vistos o ambiente pelo meio a assustar-nos, nada de muito preocupante e mesmo se for, não vale a pena complicar mais, afinal de contas tudo parece acabar por se resolver e por ser mais simples do que aquilo que parecia ao inicio. Talvez seja essa a nossa maior fraqueza, mas as coisas entre nós e o ambiente são simples, travamos uma luta entre a ganância e a razão, a mesma de sempre, sensações voluptuosas contra a tão razoável razão, se não ganharmos é porque não fomos capazes disso e depois se verá o que a natureza nos preparará em jeito de condenação. Convém simplificar as coisas e passar da discussão à acção, esquecer o orgulho e arregaçar as mangas em prol de todos nós, que a natureza, pelo que se diz, tem mão pesada.
Intenções e desejos à parte, porque não é disso que trata este excerto do meu estado de espírito, quero que saibam que tenho gostado muito destes últimos 10 anos com vocês por perto, com vocês a sorrirem ao meu lado, para mim, de mim, de outros, para outros, da vida, para a vida, vivendo e crescendo juntos, por entre esta sociedade tão injusta. Vamos-nos manter bem acordados, dia e noite, tardes e manhãs, para aproveitarmos ao máximo o que nos resta desta vida, unidos, como sempre. Que escolham bem, que arrisquem, que ganhem, que percam, que riam, que chorem, que vivam pura e simplesmente, tentando vencer os medos que são nossos por direito. Que eles sirvam apenas para nos sentirmos vencedores a cada escolha que façamos de livre e espontânea vontade.
Eu, não peço muito mais do que aquilo que tenho tido, no fundo apenas quero continuar a ser feliz.
Não sei o que nos trarão as próximas décadas, nem vale a pena pensarmos nisso agora, 2010 está aí e há-que vivê-lo bem. Obrigado a todos e bom ano, boa década e boa vida! Vamos-nos vendo por aí. ;)

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Uma noite de Luz








A chuva caía a cântaros e o frio parecia querer desencorajar qualquer aventura no exterior. Mas sem qualquer dúvida ou temor, por volta das 17 horas iniciei a minha caminhada para o local de culto que todos os 15 dias me faz sair de casa, independentemente da meteorologia ou dos filmes que estejam a dar na televisão. Desta vez, fui de transportes, e pude com calma apreciar o modo eufórico e apaixonado com que milhares iguais a mim se deslocavam... todos com o mesmo objectivo, todos na mesma direcção... no fundo, todos atrás do chamamento da Luz...
Quando saí da estação do metro, nas imediações do estádio, uma chuva diluviana caía do céu. Na rua e sem qualquer hesitação milhares de adeptos movimentavam-se em direcção ao seu destino. Nenhum se queixava, crianças, mulheres, velhos e até um cego que não se importando com as poças de água que lhe iam molhando as calças quase até aos joelhos, continuava a sua caminhada triunfal. De tempos a tempos alguém lançava gritos de incentivo, dizendo "Até os comemos...", ou "hoje nem que chovam calhaus...". E no meio desse povo motivado e encharcado até aos ossos, percebi que realmente a união faz a força, e pressenti que hoje ninguém nos ia parar.
O jogo começa e o meu Benfica começa a carregar sobre o Porto, sem dó nem piedade. Nas bancadas o público grita e exalta-se com cada jogada, com cada finta sobre o adversário, com cada remate à baliza. O Porto vai tentando a todo custo manter a sua baliza inviolável, mas o poder de fogo do Glorioso é arrasador e a meio da primeira parte o Dragão, esse animal das trevas leva uma primeira e única estocada que o deixa por terra. A partir daí apenas teve alguns espasmos, como se fossem tentativas de reagir à morte anunciada, e sobre o olhar de milhares que entoavam cânticos de guerra, o Dragão morreu em pleno inferno...
Ai Benfica, como eu te amo, e quanto bem tu me fazes em dias como este... Uma coisa é certa, amanhã chova o que chover ou faça o frio que fizer, Portugal vai acordar muito mais feliz...

domingo, 20 de dezembro de 2009

Um domingo diferente

Falta menos de uma semana para o Natal e hoje o meu Benfica recebe esse clube sombrio que vem do Porto.
A Luz contra a sombra num Domingo, depois de um sábado de emoções demasiado agradáveis para que delas vos possa sequer  tecer qualquer comentário. Às vezes as coisas não são tão boas como parecem, enquanto que noutras ocasiões as coisas são melhores do que aquilo que imaginámos e isso, julgo eu, deixa-nos quase sempre confusos.Bom resto de fim-de-semana que hoje, apesar de me apetecer muito escrever, não o faço para minha auto-defesa.
Os meus amigos tenham calma que hoje joga o Benfica!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Fica por aqui



Já não te escrevo nada há algum tempo. Talvez esteja a passar por uma fase de puro egoísmo em que preciso guardar para mim todos os pensamentos e divagações que me assolam a alma, ou talvez seja a insegurança que me aconselha a escrever menos para que assim te poupe a mais uma leitura vã e infrutífera, ou talvez um misto das duas e um pouco de medo de escrever o que não quero que se saiba, afinal de contas, já basta eu sabê-lo. Além disso ambos sabemos que quando escrevo me foge a mão para a verdade e a verdade, essa, nem sempre é aconselhável.
Esquecendo a ignóbil tentativa de explicar a minha ausência a mim próprio, conto-te que traí Lisboa durante estes dias que se passaram, a minha velha, gasta e luminosa como sombria Lisboa. Mas ela era tão gira, tão viva e colorida que não pude resistir-lhe, bastou um sorriso electrónico, uma história contada por terceiros da sua personalidade, um piscar de olho fotográfico captado num dos pináculos da sagrada, para te trocar e querer ser feliz em Barcelona, essa espanhola maquilhada com tendências separatistas. Depressa me passou o fascínio porém e assim que te revi, cá de cima, a certeza consolidou-se numa breve e linda história de amor eterno, como a cada passagem pelo tabuleiro da 25 de Abril. Eu a repartir-te com tantos e tu a aturar estas minhas aventuras mais ou menos breves, mas cada vez mais frequentes. Tu já sabias de Sines e não te importaste, aliás tu roubaste-me a Sines...E eu, rendido a ti, em casa contigo, ou em ti, desde aquela noite em que me perdi nas tuas curvas e acordei com o cheiro da tua testa a perfumar-me o dia. São pequenas coisas, que fazem o que há entre nós, pequenos momentos de poucas falas e de silêncios mágicos. Ninguém diria que fariamos um casal engraçado, sem antes nos terem visto juntos, eu próprio achava que não nos dariamos assim tão bem antes dessa noite de perdição, que desde então se vem repetindo. Não sei porque gostas de mim, mas adoro quando o dizes por entre um som de uma gaivota e uma buzina de um fogareiro mal disposto, piscando-me o olho por entre dois prédios unidos pelo azul do rio que continuas a desprezar. Eu já te disse mil vezes que não o devias tratar assim, qualquer dia perdes o tejo para os espanhóis e aí depois vens chorar no meu ombro à procura de água para me dar de beber. Vai ser um caso perdido. Ele pode voltar é certo, mas não devias virar-lhe as costas assim, é injusto e perigoso, para além de não te beneficar a tez, que como sabes é a tua maior arma de sedução. Não sei porque continuo a perder tempo contigo, devia aceitar-te como és e esquecer os teus defeitos de uma vez por todas, afinal de contas nunca foste capaz de te moldar a mim, fui sempre eu a ter que me submeter aos teus caprichos. Mas não vamos agora falar sobre isso, senão ainda acabamos a deitar à cara um do outro coisas que apenas servem para nos magoar mutuamente. Vamos apenas ficar assim, juntos e em silêncio a ver o Tejo passar aqui da janela da minha casa, enquanto ao ouvido tu dizes que me amas e, eu, sem palavras, beijo-te sem saber o que fiz para te merecer.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

num muro aqui em baixo

Aqui em baixo da minha casa, estão pintadas num muro as palavras, "Amo-te Helena" e por baixo a preto, "desamo-te! podes morrer à vontade".
Podes morrer à vontade, assim se transforma o amor em desamor, o sim em não, a vida em morte. Vi há dias, uma noticia que dava a conhecer os números dos crimes "sentimentais" em Portugal, demasiados números para tão pouca razão. Dizem que tudo se resolve com amor, que o amor tudo cura, que é a solução para todos os problemas, eu, até concordo com a importância do amor na vida de cada um de nós, realmente não vale a pena viver sem amar, sem sentir que um outro ser, em tudo diferente de nós, nos ama simplesmente, sem porquês pelo meio.
O amor não é eterno, desenganem-se os sonhadores, o amor mesmo que não desapareça, sofre modificações ao longo da vida, resultado das vivências conjuntas e individuais de cada um dos enamorados, o amor, um amor verdadeiro, por muitos abalos que sofra fica connosco até ao fim e, talvez até levemos mais do que um, mas todos contam, todos são importantes e, talvez por isso valha a pena guardar apenas as coisas boas quando ele acaba, mesmo que para nós ainda esteja presente. Vitimas somos todos, desta vida que percorremos, não vale a pena criar outras estupidamente.
Sejam felizes!

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Hoje estás tão gira!

Hoje estás tão gira!
E ela a sorrir. Pareceu-me que queria dizer,
Tu também estás tão giro hoje, com essa barba por fazer...
Mas não disse, sorriu e virou costas com um olhar que sugeria que a chamasse de volta. Não o fiz e ela seguiu, desaparecendo ao virar da esquina. E eu ali, parado, hipnotizado. Quem sabe a mulher da minha vida e eu, deixei-a ir, assim, sozinha. Resta-me o consolo de que lhe fiz bem ao ego mas e eu? Como fico eu?
No outro dia a mesma coisa, uma raposa a passar e eu com uma espingarda e fiquei ali, quieto, embasbacado com aquele momento. Só eu e ela e nada se passou entre nós. Ainda por cima devia ser a maldita que me come a criação, porque ainda ontem me morreu outra.
E eu sentado no sofá com a janela virada para o mar aberto no meu peito, ancorado por um pequeno nó que me prendia a esses dias, a esses momentos que, julgava eu, seriam um exemplo para o que de futuro viesse.
E a minha esperança sem sentido a salvar-me mais uma vez, do falhado que eu sou, a convencer-me de que afinal de contas estava mais experiente, mais maduro, mais preparado para o que me viesse a acontecer. Foi quando te vi que percebi que afinal não, que a minha esperança mais não tinha senão um sentido maternal muito próprio e genuíno. Eu ali calado e tu a olhar para mim, parada e quieta. Falaste mas eu não ouvi nada do que disseste. Viraste costas depois de me olhar uma última vez, confusa e desiludida pelas expectativas que talvez tenhas criado naqueles breves instantes. E eu ali, a ver-te partir,
resta-me o Mundo pensei eu e virei costas a sorrir para o mar aberto no meu peito.

sábado, 14 de novembro de 2009

Bom fim-de-semana!



Daqui a algumas horas já vou estar no Pavilhão Atlântico a ver os Depeche Mode a tocar e David Gahan a expressar-se na sua forma unica e incomparável. É um daqueles concertos que falhei já demasiadas vezes e que desta vez finalmente poderei viver e sentir.
Muitas das suas músicas acompanharam toda a minha vida, até chegar onde estou hoje, com 30 anos mas a sentir-me ainda uma criança.
Escrevo todas estas palavras ao som dos Depeche, cerimonialmente ao som de Personal Jesus e de todos os videos ao vivo que vou encontrando no youtube, apetecia-me escrever, mas agora as palavras parecem estar entaladas, talvez seja a ansiedade por hoje à noite que me esteja a desviar a atenção.
Está para ai a chegar o Natal e já se avistam nas ruas, em lojas e em postes de iluminação as decorações festivas e se as árvores substituem agora as vestes naturais por outras, menos amigas do ambiente, eu, nós, que por cá andamos, continuamos iguais, seguindo as nossas vidas de acordo com este horário deprimente que nos impõem ano após ano.Ás 5 e meia da tarde já é noite e é com isto que temos de lidar, eu, que me deito por norma por volta da uma da manhã, passo quase 8 horas das 17 ou 18 em que estou acordado de noite. Em Inglaterra, onde o dia ainda é mais curto, este horário de Inverno começa a ser cada vez mais contestado, tendo sido recentemente apresentados alguns estudos que comprovam, o maior gasto de energia a que este horário nos obriga, mas ao que parece, ninguém está muito preocupado com isso.
Contestações à parte, espera-me um fim-de-semana diferente, concerto dos Depeche, seguido de Lux onde na companhia do Rui Vargas, me esperarão muito boas sonoridades pela noite dentro. Até lá, uma breve limpeza caseira para me entreter e afastar a ansiedade.
Bom fim-de-semana!

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Há seres assim

Tenho 79 anos! E ria como uma criança. Limpava as lágrimas enquanto dizia, vim lá de cima com estes sacos! E eu, na caixa para pagar, depois de um final de dia atribulado com uma passagem pela oficina para deixar o carro. Salvara-me o meu amigo Pedro e agora isto.
- Olhe eu sou de 79 veja lá! E ela a rir desalmadamente numa alegria que contagiou as 5 pessoas naquela entrada de supermercado. 
Depois de pagar e de aconchegar os sacos das compras,
Boa noite a todos! E ela a rir, tão baixinha, com os seus cabelos pintados de louro a desejar-me um noite muito feliz.
Obrigado e igualmente e virei costas e fui a rir sozinho pelo caminho.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Apenas te peço isso

Gosto de estar comigo próprio e talvez por isso às vezes não me apeteça estar com ninguém. Gosto das longas conversas e das dissertações constantes em que me perco no prazer de estar comigo. Serei eu o amor da minha vida, serei eu a minha própria alma gémea, porque ninguém me conhece assim, ninguém me diz o que eu digo a mim próprio. Não conto a mais ninguém tudo aquilo que sinto.
Sei que não me julgarás, sei que és parecido comigo, que és meu semelhante, que me percebes apesar das desilusões que te possa causar. Sou mais forte contigo, porque sem ti não sou ninguém, sem ti não vivo sequer. Alma gémea que sou eu, que amores há muitos, mas nem com esses podemos contar, mas tu não, tu nunca me magoarás por vingança, nunca me tentarás magoar em própria defesa. Abres as mãos para mim e ouves o que tenho para te dizer, sei que não me julgarás sem que primeiro te ponhas na minha pele, sei que o farás e por isso gosto de ti, por isso apenas preciso de ti. Tudo o resto são acessórios, uns mais importantes que outros, mas sem eles sobreviveremos juntos. Todos eles nos ajudaram a ser quem somos, a todos eles amamos de forma única e exclusiva, os nossos amigos, tudo sangue da nossa alma que para sempre protegeremos. Pequenas ideias, pequenas jóias da nossa vida que nos ajudam a avançar cada vez mais unidos, também eles bem acompanhados, também eles sozinhos consigo próprios.
Só aqui falo contigo de forma a que os outros escutem também, só aqui nos separamos para dar lugar aos outros que aqui espreitam as palavras que trocamos. É especial este nosso amor não é? Fica comigo e deixa-me apenas quando eu te deixar também, apenas te peço isso.

Pode ser que um dia...

Podes morrer descansada, que desta vida não levas mais nada. Já agarraste tudo e por aqui nada deixaste. Morre por isso à vontade que desta vida nem mais uma ferida.
Um dia seria tão bom que deixasses algo por vontade própria,
um gesto de benevolência sem história,
um presente por desembrulhar,
para onde eu pudesse olhar,
que apenas um pudesse tocar.
Mas não uma velha como tu,
amarga e azeda por quem ninguém faz luto,
não alguém assim, que vive só para si,
sem olhar os outros antes se ver primeiro a si.
Um dia saberás talvez que aqueles que perdeste,
nunca sequer os tiveste,
que aqueles em quem nunca pensavas,
te amassem sem palavras.
Não mereceste em toda a tua vida ninguém,
no entanto tiveste-me a mim também...
Tiveste à tua maneira, sem nunca procurar,
tiveste de mão beijada e deixaste fugir,
quem um pássaro prestes a voar,
não fica para sempre ali a sorrir.
Vai por isso e não voltes mais,
reencarna e pode ser que um dia,
aches outro ser que veja para onde vais,
que te veja  sem saber que afinal não via.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Benfica



Sou Benfiquista e guardo comigo as alegrias das vitórias e a dor das derrotas de que me lembro. Por vezes dou comigo a cantar o hino e, quer ganhemos, quer percamos, sinto orgulho em pertencer a tudo aquilo que é esse invulgar clube.
Ainda me lembro, por entre imagens fotográficas, da primeira vez que fui ao estádio da Luz ver o Benfica. Foi num Benfica-Porto em que ganhámos 2-1. Ficámos no 3º anel no inicio de uma das 4 curvas que envolviam o relvado da antiga Luz e desde aí não mais fui o mesmo. Dizem que somos 6 milhões, mas não é isso que nos faz grandes, o que nos faz um clube diferente de qualquer outro, é a forma como um Benfiquista vive o seu clube, como sente e transmite o seu amor e o seu desejo de vitória. Não sei se já foram ver um jogo do Benfica, se não foram experimentem, porque deveria ser algo obrigatório para qualquer ser humano, independentemente do clube que apoia. Ali cada Benfiquista é um amigo, cada um solidário com a dor do outro, as alegrias essas, vivem-se numa euforia contagiante e com isso o vizinho do lado, um perfeito desconhecido minutos antes, pode ser o amigo que abraçamos no festejo de mais um golo do Benfica. Já vivi todo o tipo de sentimentos na Luz, desde uma dor revoltante debaixo de chuva nos 0-5 que o Porto nos deu na nossa casa, aos parabéns cantados por 120 mil ao Rui Costa no dia em que jogámos com o Parma ou os festejos do titulo de campeão a altas horas da madrugada. Já passeei pelo relvado no dia a seguir à morte do Fehér para lá deixar o meu cachecol e já me sentei naquele mágico banco de suplentes. Já vi malucos de toda a espécie e as cenas mais bizarras nos dias de jogo e sei por isso, que se o Kusturica cá viesse ver um jogo, tomaria imediatamente a decisão de fazer um filme sobre um grupo de adeptos do meu clube.
Passámos por uma fase má, é verdade, mas o Benfica é eterno e agora parece-me que estamos a regressar em grande. Não nos peçam para não entrarmos em euforia, porque é isso que faz a nossa força, é isso que faz a nossa energia chegar aos jogadores e que nos torna a todos no 12º jogador mais forte nos 4 cantos do mundo.
Esta segunda fui ao estádio e, talvez daí venha a minha esperança, porque vivi o ambiente e a energia que criámos ali, algo mágico e único garanto-vos eu.
Não gosto de coisas sombrias e sujas e talvez por isso abomine o Porto, assim como não gosto de coisas comedidas e talvez por isso nunca pudesse ser do Sporting, sou do Benfica e ao sê-lo sou melhor pessoa, sou mais humano e mais sensível à diferença, vivo as coisas intensamente e admiro aquilo que é único e singular.
Ser do Benfica, deveria ser aliás receita médica obrigatória aquando do nascimento de qualquer bebé, mas ser Benfiquista é coisa que não se ensina, ou nascemos assim ou nunca seremos de facto capazes de o ser.
Não interessa se goleamos, não interessa se ganhamos ou perdemos, se bem que com isso o país sofra também, o que conta de facto é que continuemos a ser assim, autênticos e por isso únicos.
Viva o Benfica!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Nem que seja por escrito

À terça parece que andamos por obrigação da condição em que nos encontramos. A semana já começou e agora é aguentar até à próxima sexta à noite. Passada a fase eleitoral, que por norma assisto como se de um mundial de futebol se tratasse, deslizamos agora suavemente até ao findar de um novo ano e início de um outro que sempre me fascinou. 2010 e uma nova década. Lembram-se de quando pensavam em 2010 nos anos 80 e 90? Uma desilusão! Não há robots, não há carros voadores, nem nos vestimos de fatos completos de lycra, com estampados geométricos. Não habitamos a lua, não temos naves espaciais dignas desse nome e continuamos a andar de ganga. Como será em 2030? Continuará Portugal bem classificado na lista de países com maior desigualdade social? Onde estarei eu em 2030? Quem serei eu? Que farei nessa altura? Nestes dias, um novo apelo começa a despontar em mim. Não é nada paternal, desenganem-se, mas começo a achar que devo tentar participar um dia no campeonato do mundo de futebol. Não gosto do formato actual, nem dos seus poucos ideais e, talvez por isso não me apeteça ficar só a ver. Como conseguimos afinal mudar algo de que gostamos tanto e que julgamos estar mal, se ficamos apenas a assistir? Esta questão é no fundo, a génese de toda esta minha problemática existencial. Como toda a boa questão existencial, esta terá de ser pensada, repensada e analisada de fora com recurso a amigos. Às vezes, parece que estou para aqui a escrever para ninguém, a escrever apenas para mim e em boa parte isso é verdade. Aqui sinto-me tão bem comigo que tudo fica mais claro, que tudo fica mais simples e desanuviado. Comigo sempre foi assim, sempre me expressei melhor por escrito do que forma oral, não que tenha algum problema na articulação de palavras, talvez esteja mais relacionado com a timidez do que com o facto de ser um discreto sopinha de massa. Em relação ao campeonato do mundo em que quero participar, apenas vos peço que me avisem se mudar, se me tornar noutra pessoa que vocês não apreciem da mesma forma, eu, garanto-vos que também vos vou avisando, nem que seja por escrito.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

A sala de espera

À minha frente, uma senhora loura dorme com a parede como almofada, braços cruzados a prenderem a mala que jaz no colo, que isto já nem nos hospitais se está seguro.
Três filas de cadeiras desalinhadas, onde deveriam caber apenas duas, numa sala que me parece um velório sob luz fluorescente. Aqui todos falam em sussurro, excepto um senhor que acabou de chegar, carregado com sacos de plástico. A mulher que o acompanha traz uma ligadura, um género de renda à volta da cabeça com um penso de lado que lhe tapa parte da orelha.
Santa Maria é um bom exemplo do estado da saúde em Portugal, está mal, mas à força das pessoas lá vai funcionando.
Hoje era suposto escrever sobre política (dadas as circunstâncias), mas não me apetece nada e além disso, a saúde é mais importante.
Trouxe uma revista, mas a minha acompanhada apoderou-se dela e lê entusiasmada um texto sobre o estranho comportamento da 1ª dama japonesa.
- Vou ao carro buscar uma caneta e uma folha, e, quando volto já ela se apoderara do assunto. Eu compreendo-a, afinal aqui tudo serve para ajudar a passar o tempo, excepto esperar. Ouvir as conversas dos outros, é também uma boa forma de passar o tempo na sala de espera. A senhora da ligadura não pára de suspirar, o marido sentado na fila da frente, continua virado para trás. Afinal não falava alto porque estava cansado, mas porque tem um defeito na fala. Quando voltei da caneta, olhou-me com um estranho ar esgaziado...
Ao seu lado um casal de velhotes conversa, provavelmente já ouvem mal, porque falam num tom muito superior ao normal. Falam de uma sobrinha que ao que parece se vai casar, não me parecem nada doentes, serão acompanhantes de alguém como eu?
Eu aqui estou, ao canto já com a revista ao colo a servir de base à folha onde escrevo. A minha acompanhada entretanto já entrou e espero que já esteja a sair, que eu suspeito que se aqui fico mais tempo, saio daqui doente e amanhã estou de volta.
A senhora loura à minha frente continua a dormir e eu aproveito para ouvir as conversas dos outros. Há pessoas estranhas...

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Até para o ano!

Hoje acaba o verão e começa o Outono e eu, como bom distraído patológico, sou apanhado desprevenido, avisado no próprio dia para uma despedida com reencontro marcado para depois da Primavera em flor.
Até lá, as folhas começarão a cair, despindo a grande maioria das árvores de qualquer ornamento, os dias tornar-se-ão mais curtos e a ajudar, em breve, não sei quando, o horário mudará e ser-nos-á roubada mais uma hora para depois a devolverem quando já parece não ser preciso. O frio obrigar-nos-á a vestir roupas quentes e a tirar do armário coisas que já nem nos lembramos ter e, os não fumadores ganharão o privilégio de também eles poderem brincar com o fumo que lhes sai do calor da boca, pena não nevar para podermos regressar à infância, atirando uns aos outros bolas de neve e tentando elaborar um boneco de neve que à noite pudesse ganhar vida e partisse fugindo do calor que o mataria.
Fica a saudade do verão a abraçar-nos, isso fica, confortada com o calor da lareira enquanto desembrulhamos os presentes de natal, com a esperança que o próximo Verão possa ser ainda melhor que o anterior, que esse já lá vai. Já lá vai e não volta mais, mas sobre isso não nos martirizemos, porque se fosse caso disso, sofreríamos todos os dias, pelo anterior que já não volta.
Talvez estas despedidas e estes reencontros, não vos afectem como a mim, talvez não as sintam sequer, já em mim a nostalgia tende a instalar-se sempre que sinto os dias a encurtarem e a noite a chegar mais cedo. Mas com vocês, meus amores de todas as estações, tudo isto parece ser um mal menor e inevitável, talvez por isso sem importância.
Só não me troquem os horários. Que tal fazermos um abaixo-assinado a reclamar as horas que nos tiram e nos devolvem todos os anos?

domingo, 20 de setembro de 2009

Votem!



Daqui a uma semana, a esta hora, já saberemos quem será o 1ºMinistro que governará Portugal, em principio durante os próximos 4 anos. Nesta coisa da política, tal como no futebol, o que hoje é mentira, amanhã é verdade, ou poderá ser verdade, o que a torna ainda mais complexa. Eu, após longo período de reflexão, já decidi em quem vou votar, dispenso por isso o dia de reflexão e guardo-o para ir a Sines de propósito exercer um dos meus mais importantes deveres para com a sociedade.
Estive indeciso, assumo, mas agora as dúvidas dissiparam-se.
Sei que alguns dos meus amigos acompanham este blog, sei que costumam vir cá espreitar aquilo que escrevo. Não gosto de ser chato e, talvez por isso apenas me pronuncio sobre política quando me falam no assunto, por isso, caso não vos tenha dito já, espero que vão votar, nem que seja em branco, nem que escrevam o vosso nome e lá coloquem uma cruz. Pesquisem os sites dos vários partidos, ganhem tempo em vez de o perderem noutra coisa qualquer e leiam o que eles propõem. Deixo-vos aqui os links dos programas eleitorais de todos os partidos que concorrem.
Boa reflexão!

Bloco de Esquerda - BE

Partido Popular - PP

Coligação Democrática Unitária - CDU

Movimento Esperança Portugal - MEP

Movimento Mérito e Sociedade - MMS

Movimento Partido da Terra - MPT

Partido comunista dos Trabalhadores Portugueses - PCTP-MRPP

Partido Democrático de Atlântico - PDA

Partido da Nova Democracia - PND

Partido Nacional Renovador - PNR (Dá erro ao tentarmos abrir a página)

Partido Socialista - PS

Partido Social Democrata - PSD

Partido Operário de Unidade Socialista - POUS

Partido Humanista - PH

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Seremos?

Andava ali sem saber bem porquê. Quando ia a sair, agoniado com as dúvidas, que mais pareciam certezas, que regularmente o afligiam, pensava se aquilo valeria a pena, se teria de facto escolhido o caminho certo, se aquilo não seria afinal um beco sem saída. Sentia-se cada vez mais apertado, mais incomodado com tudo aquilo que o rodeava, parecia estar a estreitar o corredor estreito que estava obrigado a percorrer. Para trás não podia ir, era demasiado tarde e além disso, os esqueletos que deixara atrás de si... jamais teria a coragem de os enfrentar.
Para seguir o caminho outrora desejado, tinha atalhado muito, avançado por vezes inesperadamente, muitas vezes fragilizado, preso a escolhas das quais não se podia esconder, a actos que não conseguia esquecer. Para recuperar de tais abalos, pensava que todos os seres estariam a sujeitos a tal destino, que todos teriam feito, ou acabariam por fazer escolhas e com elas teriam de saber viver. Pequenas coisas, irreflectidas por vezes, inevitáveis talvez.
Seremos todos iguais?

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

A morte anunciada

Foi nesse madrugada que lhe foi anunciada a sua morte...
Embora esta fosse à muito previsível de acontecer, ele tinha uma réstia de esperança de lhe poder ser dada mais uma oportunidade. Na realidade a notícia que agora estava a receber, era unicamente uma consequência dos seus actos terrenos, e embora ele tivesse até determinada altura tido a hipótese de ter seguido outro caminho , nunca o fez, e era o reconhecer dessa sua culpa que o deixou em pior estado. Como tinha sido teimoso e negligente...
A notícia foi-lhe dada friamente e sem qualquer intenção de negociação. Acabara, e agora de vez...
Como iria encarar esta sua nova fase, o que iria fazer, como a resolver? Perdera o direito à vida, e só agora percebia o quanto a queria viver e o quanto a desperdiçara. Se pudesse voltar atrás... Mas não podia...
Enquanto todas estas ideias devaneios e sentidos de culpa lhe castigavam a alma, o seu corpo perdia o controlo e a razão evaporava-se juntamente com as lágrimas que lhe corriam pelo rosto. De tudo o que ouviu recordou uma frase em especial: "Só a morte não tem remédio".
Mas não era à morte que acabara de ser condenado?!

domingo, 30 de agosto de 2009

A Fuga

Correu o mais que conseguiu, sem nunca parar ou hesitar. Esta era a corrida da sua vida, e sentia que precisava de percorrer o caminho meticulosamente planeado, o mais rapidamente possível. Era agora livre! A sensação de liberdade -lo sentir forte e mais vigoroso, e deste modo sem olhar para trás acelerou o passo. Ia conseguir, ser livre e poder agir como bem quisesse, não era só um sonho, mas já uma realidade. A prisão que tinha durante anos suportado, e a qual lhe tinha condicionado sonhos e projectos estava cada vez mais longínqua, e a possibilidade de voltar a ser apanhado nas sua redes era uma hipótese muito remota.
Pela primeira vez olhou então para trás. Visualizou o caminho que percorrera desde a sua fuga, e lá ao fundo, apenas simbolizado por um ponto quase imperceptível, lá estava ele, o local que o prendera. Perante esta visão, e contrariamente ao que julgara, a alegria e toda a adrenalina que sentira até então, foi substituída por um mau estar geral. O seu corpo foi trespassado por uma dormência letal que o impediu de se virar e continuar o caminho. Os olhos pareciam querer fechar e um cansaço súbito impedia-o de manter um raciocínio lúcido. Apelou à razão que sempre o guiara até então, mas já não tinha controlo sobre si mesmo. De repente seu por si a desejar voltar. Tudo aquilo que lhe pareciam defeitos até então, passaram a ser vistos como virtudes únicas e capazes de lhe despertar paixão. Não compreendia o que sentia, e sentou-se sem saber o que fazer, pois afinal tudo o que tinha programado já não lhe parecia fazer sentido. Que sentido fazia fugir do único local que conhecia? Para onde ia? O que iria fazer? Não fazia ideia, e isso desmoronou toda a sua existência.
Afinal concluiu que a vida não deve ser programada, pois é muito simples para se poder reger por padrões pré-definidos ou imposições discriminatórias. Deste modo, decidiu permanecer sentado e esperar que algo em si lhe indicasse o caminho, pois ia esquecer o programado, iria para onde um cheiro, um toque, uma visão, ou um chamamento o levasse. E iria finalmente sem quaisquer tipo de receios...

O lugar certo...

Em Washington, à porta de uma estação de metro, um violinista tocou durante cerca de 45 minutos. Enquanto tocava sete pessoas pararam por instantes para ouvir as suas melodias, tendo no final do seu pequeno espectáculo conseguido angariar 32 dólares.
Nada mau, até podem alguns pensar, mas na realidade o homem que alí tinha estado a tocar em plena rua para quem estivesse disposto a perder um pouco do seu tempo para apreciar a música, era nada mais nada menos do que Joshua Bell, um dos maiores violinistas contemporâneos da actualidade. O violino avaliado em 3,5 milhões de dólares, foi o mesmo que Joshua utilizou dois dias antes, quando perante uma plateia completamente lotada da sala de concertos de Boston, deu mais um dos seus famosos concertos.
Esta experiência foi arquitectada e filmada pelo Washington Post, e no final pode-se colocar a seguinte pergunta: "será que as pessoas só estão atentas à beleza das coisas no momento e no lugar previamente marcado para tal?"
E vocês teriam parado ao ouvir tocar o violino de Joshua Bell?

sábado, 15 de agosto de 2009

A solidão interrompida

Estou sim? Boa tarde Sr. Joaquim Ventura!
Boa tarde!
O meu nome é Pedro Dias e estou a ligar da Vodafone. Está disponível neste momento para responder a duas perguntas sobre os nossos serviços?
Estou sim! Bem estou a precisar de falar com alguém.
Muito bem! Diga-me, está satisfeito com a cobertura da nossa rede?
Estou, mas às vezes quando ligo para o meu filho ninguém atende, ele diz sempre que não recebeu chamada nenhuma, mas aquilo parece mesmo estar a chamar. Às vezes penso que é ele que não me quer atender, mas ele jura que não. Será que me pode ajudar com isso?
Mas o senhor ouve o som de chamada?
Oiço sim senhor!
Isso é de facto estranho, mas o melhor nesse caso será contactar no final desta chamada o nosso serviço de apoio a clientes.
Eu acho que é ele que não quer falar comigo sabe? Ele já não me visita faz tempo e sempre que cá vem está com pressa para fazer alguma coisa, até ao domingo veja lá.
Pois, isso é desagradável. Mas diga-me, e em relação ao seu tarifário, está satisfeito com o que tem, ou gostaria de trocar?
Eu estou, isto é certinho e já sei com o que conto, no final do mês vou à loja e pago sempre o mesmo, até agora não houve surpresas desagradáveis, por isso estou satisfeito.
Muito bem!
Sabe? Eu quando a minha mulher era viva, ainda eu trabalhava, ligava-lhe muitas vezes, porque sentia a falta dela durante o dia. Gostava muito dela, ainda hoje gosto, era a minha melhor amiga, nunca me desiludiu aquela mulher, não é como os filhos, desses também gosto muito, lá vamos perdoando as coisas que eles nos fazem sentir, o desprezo e a frieza com que nos tratam, mas o senhor não percebe isso, pela voz parece ainda um jovem.
De facto sou, ainda nem trinta anos tenho.
Pois é! Então veja lá se trata bem os seus pais, se lhes dá o carinho que eles lhe deram, se é que deram, presumo que sim. Já estou a maçá-lo não é?
Não! De maneira nenhuma Sr. Joaquim.
Apenas lhe digo que gostei muito do seu telefonema e olhe, quando chegar a velho, quando já quase todos os seus amigos morreram, ou ainda por cá andam mas demasiado doentes para lhe fazerem companhia, não viva revoltado por os seus filhos não o visitarem todos os dias, ou todas as semanas, ou todos os meses, eles têm lá a vida deles e nós velhos, olhe, andamos aqui à espera que ela nos leve, é preciso é paciência.
Assim tentarei fazer Sr. Joaquim. Obrigado pelo conselho e um resto de boa tarde!
Boa tarde Sr. Pedro! Ligue mais vezes.
Com licença.
Faça favor.

domingo, 9 de agosto de 2009

Raul Solnado



Mais um que nos deixou. Lembro-me dele me fazer rir, desde que tenho memória, desde que me lembro de rir. Mais um que se deixou levar pela morte, mas que permanecerá vivo dentro de todos aqueles que ele fez chorar de rir. A sua morte não nos traz lágrimas, apenas um sorriso, porque lágrimas já ele me fez derramar muitas vezes, hoje apesar da sua morte, apenas guardo um sorriso que vem com a sua memória.
"Façam o favor de ser felizes!" era esta a sua frase, mas estas não eram apenas palavras, ditas da boca para fora, com Raul, vivo ou morto, somos de facto mais felizes.
Até amanhã Raul!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Exemplos

Manuel Alegre, político e poeta Português, abandonou a vida de Deputado da Nação. Teremos nos próximos quatro anos, menos um deputado independente na Assembleia da República, tão escassos que são, sentiremos a sua falta, sentirá ainda mais o País do que nós Portugueses.
Mas esta independência julgo que poderá continuar a ser conquistada, adquirida com esforço por aqueles que conseguem colocar o País acima de interesses pessoais, a encarar o seu estatuto, como o de alguém ao serviço da causa pública.
Fala-se muito da perda de valores que por agora nos parece assolar, dizem que entre os jovens principalmente, apesar se ser senso comum que os exemplos fluem melhor de cima para baixo. Não sei como seria antigamente, mas hoje os políticos interessam-se mais por eles e os seus, do que pelo Povo, mesmo do que pelo País, vê-se-lhes nos olhos.
Mas não é só por cá, é assim em todo o lado, com raras excepções que poderiam inspirar o mundo a exigir uma mudança, mas que se acabam sempre por tornar mitos, idealistas utópicos, não praticáveis por mais ninguém que não eles próprios. Pena é que assim seja, que haja por ai mais gente fraca do que aquela que seria necessário, para permitir que os exemplos fluam de alguma forma, em vez de se perderem no lodo onde eles esforçadamente assentam os pés.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Pode ser que sim

Um sentado, costas curvas, pescoço caído, como quem pede ajuda esforçadamente e outro, gracioso, elegante, a passear altivez pelas ruas fora. Ambos se cruzavam diariamente, ou um cruzava o outro, um estático, outro sempre em movimento.
Ambos pedintes, sem se saberem semelhantes, um deles até sem se saber pedinte. Diferentes formas de pedantismo convenhamos, desculpa de um, vergonha do outro.
Um prometia e por vezes até mesmo dava coisas em troca, o outro nada tinha para prometer quanto mais para oferecer.
Diferentes até mesmo naquilo que eram iguais, iguais no que se julgavam diferentes.
Ilusões, suponho que todos as temos, semelhanças felizmente também, todos unidos num infinito rol de diferenças e semelhanças, todos separados, sozinhos em vez de unidos como deveríamos.
A sociedade do eu, chamam-lhe agora, do eu quero, eu sei, eu mando, eu posso e até pode ser que faça um dia, não sei quando, mas pode ser que o faça mesmo.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Vaticano



Confesso que me é difícil não comentar afirmações provenientes dessa organização obscura, que é a Igreja Católica.
Desta vez o Papa Bento XVI, acusou os homens de negócios de terem substituído deus pelo "deus do dinheiro". Eu, confesso ateu e profundo contestatário do Vaticano, perante uma afirmação que revela tamanho desapego material, da parte do líder de uma entidade, que contrata os melhores gabinetes de gestão, que negoceia com supostos traficantes de armas e sabe-se lá mais do quê, pergunto se não terá a igreja católica, também ela, cedido aos caprichos e oportunidades do mundo dos negócios.
Não sei se pelos caprichos, dos sapatos Prada, se pelos chapéus de alta costura que envergam, a Igreja sempre deu a sensação de também ela, apesar dos sacrificios que impõe aos súbditos, ceder demasiado facilmente à tentação do dinheiro fácil. É aliás do conhecimento de público em geral, que o Vaticano através de bancos ou sociedades gestoras, de renome Mundial, joga na bolsa, faz especulação imobiliária e não me admiraria se porventura também lavasse dinheiro com recurso a offshores e fundações.
Costuma dizer-se que aqueles que têm telhados de vidro não devem atirar a primeira pedra, mas aos que têm vitrais artistícos, aconselha-se ainda mais um pouco de prudência.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Ás vezes escrever

É 5ª feira e eu, ainda indeciso sobre o meu fim-de-semana, Lisboa ou Sines?
Isto até está calor e apetece praia, se ficar em Lisboa não me vou enfiar no trânsito, se for para Sines, tenho que passar pela viagem de carro (o heli tá avariado...), mas a minha Samoqueira compensará tudo isso, a balança, tende por isso para Sul ( será a gravidade?).
Hoje foi um dia interessante, uns problemas para resolver no trabalho (chefes nem os vi), resolvidos numa aprendizagem contínua, cenas épicas na assembleia da república com os chifres do Ministro aos comunistas, demitindo-se de seguida, o sol brilha, amanhã é sexta-feira, depois de amanhã é sábado e esta semana está a demorar a passar. Explicável talvez por ter estado quase 3 dias sem te ver, mas que esta semana se arrasta, isso sem dúvida.
Talvez Sines, com uma passagem por Marinhais, a minha terra de sangue. Por lá passa uma estrada que parece, ter feito nascer em torno dela, de uma pequena parte dela, uma povoação de onde todos os meus genes vieram, uma terra que ainda consegue viver da terra.
É isso mesmo! Fiscalizo sentimentalmente as obras na quinta da serradora, almoço com os meus pais e com a minha avó Hortense e desço contigo para Sul.
Ás vezes escrever ajuda-me a decidir.

domingo, 28 de junho de 2009

Carolina vs Pimpinha



Eleições legislativas a 27 de Setembro e autárquicas a 11 de Outubro deste ano de 2009.
São estas as datas das eleições, que em tempos de crise global, em que assistimos ao nascimento de movimentos de cidadãos e blocos ditos de esquerda, que muito prometem, mesmo a quem já nada espere desta política podre que nos governa.
Condenados ao mesmo de sempre, resta-nos esperar pelos resultados, ignorando as promessas e os comícios que já começaram. Antecipando, das duas uma, ou ficaremos com um governo com Manuel Ferreira Leite a liderar, associada ao PP de Paulo Portas, ou com Sócrates agora associado a BE ou para mal dos nossos pecados, aliado à CDU.
Sócrates, satisfeito com a pequena vitória, já começou e, ouvindo falar no desinteresse dos jovens relativamente à política, convidou um isco apetitoso, Carolina Patrocinio, a ex-menina Disney, agora pré-Playboy que fez encher a sala de jovens com uma puberdade mal resolvida.
Manuela, que não gosta de falar e que por ela suspendia a Democracia, vai ter em Paulo Rangel, o homem que fala que se farta, a voz do PSD, resta saber qual a concorrência a Carolina, eu aconselho para começar, Pimpinha Jardim. Nas vésperas das eleições proponho uma luta na lama com ambas, isso sim chamaria os jovens de volta à política!

Michael Jackson



Lembro-me de me assustar sempre que via aquele videoclip, onde o meu ídolo de criança se transformava em monstro, morto vivo sanguinário que ainda por cima contrariava a imagem de lentidão que me defendia deles na minha imaginação.
É nestes casos em que a morte não condena ao esquecimento, ao desaparecimento, que faz sentido falar sobre mitos. É certo que Michael Jackson morreu, mas assim nasceu um mito, que outrora vivo, hoje morto se perpetuará na história como alguém que mudou o rumo da música e que por entre todas as polémicas se conseguirá manter vivo na mente de todos nós.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Começou a campanha camaradas!

Sócrates, respondeu à última pergunta dos jornalistas, sobre que coligação faria, em caso de não ter maioria absoluta, da seguinte forma,
"A única coligação que o PS fará, é com o Povo Português"
Temos que reconhecer mérito a este homem.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Comissões de Inquérito

Não sei o que por ali haverá, talvez um virús, talvez uma espécie de bactéria que se propaga pelo sistema de ar condicionado e que contamina o cérebro de tão supostamente brilhantes seres.
Por ali, trocam-se piadas com criminosos, enquanto se ofende e se submete a interrogatórios incessantes, o policia incapaz de os travar.
Poderia aparentar pertencerem também eles à mesma quadrilha dos criminosos, mas de aparências está o mundo cheio e tantas serão apenas isso, aparências.
O polícia, incapaz de deter tão geniais criminosos, por motivos vários, desde a aparente comodidade do cargo, à falta de armas que lhe permitissem apanhar em flagrante aquela pandilha, ali estava, submetido a mais de 10 horas de interrogatório.
Falo-vos de Vitor Constâncio, o Governador do Banco de Portugal com cara de polícia de secretária e da Comissão de inquérito Parlamentar que pela segunda vez o interrogou.
Depois de terem trocado piadas com os gestores do banco envolvidos em casos de fraudes mirabolantes, decidiram em uníssono, que culpado há apenas um, o Governador e mais nenhum.
O Governador por sua vez, diz que tem de haver limites, deveria ser óbvio para eles que para este homem tudo tem limites, mas não. E assim continuaram, sem qualquer piada pelo meio, nem sorrisos cúmplices desta vez. Constâncio acusou Nuno Melo, brilhante deputado do PP, de ignorância relativamente a uma questão financeira, Nuno Melo sentiu-se ofendido do alto da sua prepotência precoce. Assim é dificil discutir caros representantes do Povo Português!
Conclusões não as houve, suponho que nunca as haverá, por aqui tudo continua igual, tal como iguais são os que interrogaram aos que cometeram os crimes, tudo farinha moldada no mesmo saco, a Assembleia da República Portuguesa.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Assim?

Por entre comentários e discursos eleitorais, uma noticia importante, Quique Flores acerta rescisão com Sport Lisboa e Benfica. Assim sem mais nem menos, ficamos com menos um cigano. Assim como é que conseguimos derrotar o Pinto da Costa?

quinta-feira, 4 de junho de 2009

O medo

É realmente estranho, o que o medo nos pode fazer sentir. O medo torna-nos estúpidos, tolda-nos o raciocínio como se cegos ficássemos e faz-nos insitir em cometer os mesmos erros, em que jurámos nunca mais cair. O medo é negro, como a morte, faz-nos temer pela vida e sentir que precisamos de lutar por ela, quando deveria ser no dia-a-dia, assim que acordamos, que o deveríamos fazer e apreciar tudo o que ela nos dá. Coisas destas já vimos no passado, eu em imagens de televisão, alguns ainda vivos, sentiram-nas na pele, outros arrependeram-se de nelas terem acreditado, no entanto o medo não nos permite avaliar com o sangue frio devido, as possíveis consequências dos actos que devido a ele são cometidos. O nosso cérebro, do qual ainda aproveitamos uma pequena parte, é isto que temos à vista, incapaz de distinguir o bem do mal, o fundamental do acessório, sempre que o medo insiste em aparecer.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

MEP ?



Estou indeciso desta vez. Sou mais um daqueles que não sabe em quem votar para as "Europeias". Por um lado temos o PS com Vital Moreira à cabeça e, se já me enjoavam os posts que colocava no seu blog, defendendo cegamente o seu Sócrates, agora a falar a coisa ainda piora mais. Por outro, temos o PSD, com Paulo Rangel e o seu discurso cheio de soluções fáceis, estranho por vir de um Partido que já tantas vezes ocupou a cadeira do poder e que nada fez de notável. O PP está excluído à nascença das minhas hipóteses de voto, pois seria impensável para mim votar em cristãos ortodoxos e populistas, a CDU com o seu discurso pré-histórico auto-exclui-se por si só, sendo que, falando de partidos, me resta o BE, de quem desconfio profundamente por insistir em apenas criticar sem quase nada propor, sendo que o que propõe são apenas coisas utópicas e descabidas, tendo em conta o panorama da economia global em que estamos infelizmente inseridos e dependentes.
Desta vez com o voto em branco a atrair cada vez mais a minha atenção, talvez vote num Movimento independente, como o MEP, encabeçado por Laurinda Alves.
Reconheço que ainda não conheço a fundo as propostas que apresentam, mas prefiro de qualquer forma votar em alguém que pense pela própria cabeça do que naqueles que tão mal têm feito ao meu querido Portugal, naqueles que vão como deputados europeus para Bruxelas, seguir apenas as indicações dos respectivos partidos europeus.
Porém, votar é indispensável e desejo, apesar de saber que isso não vai acontecer, que as pessoas expressem a sua opinião nas urnas, pois é apenas ai que ela conta para alguma coisa por isso aproveitem.

sábado, 23 de maio de 2009

ali à beira mar


Já fui à praia, já comi caracóis e ontem já provei umas cerejas. O verão aproxima-se e o ar parece querer-nos abraçar quando escurece. Apetece andar descalço pela casa, beber imperiais ao final do dia numa esplanada com vista, de chinelos e calções. Apetece ver os sorrisos bronzeados dos nossos amigos, afugentar moscas que insistem em nos fazer ver que a vida não é perfeita e caminhar sobre a areia molhada, com as ondas a subirem-nos pelas pernas, enquanto o sol se põe num final de dia perfeito, com o ar a querer abraçar-nos aos dois, como que invejando o nosso abraço à beira mar.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

A folha em branco

A página em branco, insistia em não desaparecer do ecrã, parada, imóvel, fixava os seus olhos implorando, num silêncio angustiante, que ele a pintasse de outra cor, de outro sabor que não aquele. Para aqueles que pensam que uma folha em branco, é incapaz de exteriorizar qualquer sentimento, aquela era a demonstração cabal e inequívoca da sua mais que evidente vida própria.
Tal como as páginas preenchidas por caracteres, aquela, virgem de qualquer significado, abria portas à imaginação de cada um que a olhasse com mais atenção. Dos poucos capazes disso, sentimentos vários e distintos, tal como eles eram entre si, lhes surgiam. A ele porém, transmitia-lhe uma angústia demasiado desconfortável, que lhe fazia deitar as culpas para cima daquela pobre folha, que apenas se sentia injustiçada por continuar assim, sem qualquer efeito digno de realce.
Perdidos em trocas de culpas, que despejavam num monólogo interior, esqueciam que juntos poderiam construir algo único, que nascido da raiva causada por aquela sensação de impotência, poderia, caso esquecessem rancores inúteis, resultar em algo sublime. Pena é que, culpas à parte, haja quem não saiba o que fazer com algo assim, imaculado e puro, prestes a tornar-se naquilo que cada um de nós sonhar.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

A génese

E porque a corrupção me enoja, fica aqui a notícia que faço questão em publicar. Na génese das coisas, encontramos quase sempre as causas de todos os problemas.

terça-feira, 5 de maio de 2009

O Desafio



De lá fugiu assim que pôde, tornara-se impossível suportar aquele sitio. Não valia a pena contrariar as evidências, de tamanho incómodo e mal estar que lhe provocava aquela gente, naquele lugar. Iria viver de outra forma, desafiar todos os seus medos e encarar a vida como ele queria e não como todas as regras da normalidade lhe impunham. Esquecer os preceitos e aceitar a vida de frente, seria o seu próximo e eterno desafio.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Desanuviemos



E para desanuviar, nada como uma mudança!

domingo, 3 de maio de 2009

Mãe,

lembro-me de estares comigo de mão dada, a atravessar a estrada, que tão larga me parecia, a caminho do hospital. Chamaste um táxi porque não parava de me queixar daquelas malditas dores súbitas. Já no consultório, com o médico a analisar-me e eu a chorar de dores, condenando aquele doutor sem escrúpulos a prisão perpétua por me fazer sofrer assim, lá estavas tu, ao meu lado de mão dada.
Sou homem e jamais irei saber como será sentir um amor de mãe, desses que não só nos ampara, como nos quer impedir de balouçar por ai à deriva, posso apenas analisar o teu comportamento e tentar perceber, a muito esforço o que é um sentimento assim, natural como o teu, mas de facto, admito que nunca irei perceber por completo.
A caminho de Setúbal, a sentir-me a sufocar, com aquela maldita tampa de plástico entalada na garganta, lá estavas tu, ai estávamos todos aliás, mas tu sempre, a proteger-me, a mim filho mimado, por te sentir sempre presente.
És a minha mãe, parte do meu próprio ser, parte de tudo aquilo que eu sou e do que virei a ser e, talvez por isso me sinta descansado, consciente de que me irás sempre apoiar sempre que for ou não preciso e eu, que preciso de me sentir independente, por vezes vou queixar-me de tanta atenção, mas no fundo sabes, tal como eu sei, que vivemos um amor impossível de acabar.

sábado, 2 de maio de 2009

Viagens secretas

Este é sem dúvida, um homem com moral para criticar todos os políticos lá do continente! Cubanos!

sábado, 25 de abril de 2009

25 de Abril e agora?



Há 35 anos atrás, as ruas de Lisboa estavam cheias de esperança, perfumadas pelo tão leve odor da liberdade sob a pele de centenas de cravos vermelhos. A cor da paixão, sempre se viu nos grandes momentos da humanidade, no sangue, na cor das fardas militares, desta vez na cor de um cravo vermelho que aquela senhor decidiu oferecer a um militar. Hoje a esperança tornou-se uma palavra gasta e desacreditada, sentida apenas de forma egoísta por cada indivíduo que nesta sociedade se vê obrigado a sobreviver.
Poderá haver várias explicações, para nos termos tornado assim, pobres de espírito, cobardes e egoístas, mas de facto nada justifica este conformismo perante a puta da ganância que eternamente nos faz destruir civilizações, demasiado importantes para a própria evolução humana.
Especula-se muito sobre os motivos que levam os jovens a não se interessar pela Política e por consequência a não valorizarem a liberdade, mas ninguém percebe que a responsabilidade é dos próprios políticos e da nossa elite megalómana e gananciosa. Se há 35 anos atrás não se podia dizer o que se pensava de forma livre, hoje pelo contrário tudo é permitido dizer, grupos musicais fazem canções que declaradamente acusam os governantes de serem corruptos, magistrados dizem-se alvo de pressões, procuradores afirmam desconhecer se estão sobre escuta, o 1º Ministro é suspeito de corrupção num caso de licenciamento, mas no entanto tudo permanece na mesma, sem consequências para ninguém, nem para quem acusa e levanta suspeitas, nem para os supostos criminosos. Onde pára a justiça neste País? Onde está a necessária responsabilização dos que infringem a lei? Sabem o que os jovens acham da política?
Acham uma palhaçada e talvez por já terem passado a idade de gostarem de palhaços, mudam de canal sempre que avistam um colarinho branco a falar, partindo do principio que ele está a mentir. Felizmente não tenho de andar diariamente de fato e gravata, é desconfortável e daqui a alguns anos dará mau aspecto andar assim vestido, a fazer lembrar os criminosos de outra época...

quarta-feira, 22 de abril de 2009

O homem do nome artístico

Adoptou um nome artístico, porque o que era ele senão um grande artista? Ao longo do tempo foi aprendendo pequenos truques mágicos, que só ele poderia juntar aleatoriamente de forma a criar mais um acto de ilusionismo puro.
Da infância recordava com especial nostalgia, aquela noite de Santo António, em que depois de ter liderado o grupo de amigos na tradicional ronda de angariação de fundos porta a porta, assumiu o papel de tesoureiro. Muito embora lhe tenha ficado ali recomendado, que não seguisse esse área profissional, anunciou, envergonhado por entre pedidos de desculpa e lágrimas de crocodilo, que tinha perdido parte de tão nobre recolha. Os amigos desculparam-lhe o facto e, no dia a seguir apareceu-lhes a meio da tarde, depois da escola, com o seu novo relógio digital.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

O triste presente dos que desprezam o seu próprio valor

Outrora povo orgulhoso e aventureiro, povo pioneiro na inovação e ímpar na coragem, conquistou meio Mundo, agora, 500 anos depois de tão enormes feitos, contentamo-nos com isto...

terça-feira, 14 de abril de 2009

l´Aquila



Talvez por medo, que as palavras com a sua força própria, possam atrair algo que tanto temo, ainda não escrevi sobre o que se passou em Itália.
Solidário com a dor, muito embora saiba que apenas sofrendo na pele se possa verdadeiramente sentir, as consequências desta prova de vida do nosso Planeta, tremo só de pensar, como seria se um sismo idêntico ao que ocorreu em Aquila, ocorresse aqui, em Lisboa.
Analiso com detalhe o tipo de construção que serve de tecto a todos os que me são queridos, bem como respectivos locais de trabalho, para de seguida desejar que eles estejam na rua, numa qualquer praça da cidade, quando tal acontecer.
Um distinto engenheiro, especializado em sismologia, bem como outras personagens ligadas à área, previram há anos, que estava eminente um abalo semelhante ao de 1755, que atingiria Lisboa e toda a região costeira desde o Algarve. Em Itália, também previram a ocorrência de um sismo, mas por falta de evidÊncias nenhuma medida foi tomada, acontecendo o que se pôde verificar depois.
Tal como alguém à beira da morte tem dificuldade em falar sobre esse facto inequívoco da vida, também eu, sinto a mão presa sempre que tento escrever sobre Aquila e sobre a possibilidade da ocorrência de um sismo por cá, que faça tremer os alicerces da nossa própria existência.
Porque a dor que me provocam as imagens que me surgem na mente, sempre que penso nisto, é demasiado grande e, porque não fizemos, não fazemos e não iremos fazer o que deve e pode ser feito, para diminuir as consequências de um abalo assim, abstenho-me de sofrer mais à custa da minha fértil imaginação e, por isso, apenas vos desejo boa sorte, esperando que alguém ma deseje a mim também.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Eu

Julgo que já todos perceberam o porquê da minha estadia aqui. Desconhecem no entanto a sua duração, pelo que suponho, se verão obrigados a deixar de lado certos rituais íntimos a que tão facilmente se entregaram. Bem sei que acham serem donos e senhores da vossa intimidade, mas de facto assim não acontece, pois eu aqui estou e quanto a isso nada podem fazer. Digo-vos até mais do que isto mesmo que acabei de dizer, porque ainda o estarão a processar nas vossas pequenas mentes, eu, apenas sairei pela minha própria vontade e farei tudo aquilo que me possa parecer mais adequado à manutenção do meu bem-estar e da minha boa disposição. Por favor não questionem a minha autoridade moral e ética, de aqui me instalar entre vós, pois se o faço é porque vos escolhi e isso, deverá ser algo de que se deverão sempre orgulhar. Por agora apenas vos informo, que deverão apenas dirigir-me a palavra quando por mim interpelados, pois caso seja do vosso desconhecimento, muitas vezes surgem-me raciocínios que se interrompidos, jamais poderão ser retomados, ficando assim à deriva no universo da minha mente, sofrendo com isso não apenas eu, mas todos nós.

domingo, 5 de abril de 2009

A coragem de poucos



De hoje em diante jamais brincaria com soldadinhos de chumbo, armados até aos dentes, escondidos em locais estratégicos, sempre prontos para infligir mais uma baixa, naquele que de amigo, tinha subitamente passado a inimigo.
Desde que fizera o amigo chorar por aquela vitória, que no fim lhe soube a arrependimento, porque a sabia batoteira, jurara a si próprio, porque no escuro do seu quarto também chorou, que jamais iria querer vencer sem motivo, defendendo no seu orgulho todas as desculpas que pudessem justificar os meios que o levavam a vencer nessas ocasiões.
De agora em diante, iria tentar ser justo. Temia não o conseguir, mas de qualquer forma, tornou pública a sua intenção.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Força meu querido amigo!

Não queria. Mas apenas escrevendo consigo expulsar algum do peso que sinto desde que soube o que te aconteceu. Pode parecer egoísmo, mas acredito que as palavras também se possam transformar em energia positiva que possas sentir a chegar pela janela entreaberta do teu quarto.
Porque a realidade é diferente para cada um de nós, apenas sofri com a noticia do sucedido, umas 15 horas depois de teres sofrido tu meu querido amigo.
Por esta hora imagino-te deitado na cama do hospital, a lutar contra algo que não consegues controlar e,pelo meio fotografias dispersas do teu sorriso a abraçar-me.
A minha força, tento-a transmitir a ti, e porque acredito nas forças ocultas do cérebro, vou continuar a enviá-la repetidamente.
No Sábado talvez te vá visitar, mas na minha cobardia tenho medo do que vou encontrar. Preparo-me para o pior, numa luta constante com o desejo natural de que estejas a sorrir quando eu entrar no teu quarto de hospital.
Uma coisa já decidi, vou parar num café e comprar 2 cervejas para beber contigo, caso não queiras, bebo-as eu de olhos fechados a imaginar aquelas que ainda vamos beber juntos,por entre sorrisos e abraços.
Força Paulinho!

segunda-feira, 30 de março de 2009

Vamos a fechar os olhos senão eu faço-vos desaparecer!

Ao que parece, o novo Presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, anda por ai a queixar-se que os magistrados envolvidos no caso Freeport, estão a ser alvo de pressões no sentido de arquivarem o caso. Não diz ao certo de que tipo de ameaças foram os magistrados alvo, se ameaças à família, se ameaças directas às suas pessoas ou se apenas lhes é sugerido fecharem os olhos. No entanto, parece-me que possa ser algo de muito grave, pois o mesmo refere que os magistrados sempre foram alvo de pressões, mas nunca a este nível.
Ao que parece irá ser pedida uma audiência com carácter urgente ao Presidente da República, que irá Cavaco fazer? Será que vai castigar os meninos intimidadores ou vai ouvir e no final dizer que nada pode fazer, que não faz parte das suas competências? Esperam-se os próximos episódios desta nova velha série Freeport...

quinta-feira, 26 de março de 2009

Portugal dos corruptos



Este País não tem emenda...

Ser diferente

E assim somos todos diferentes.
Se me sinto diferente, é porque o sou de facto, porque penso pela minha cabeça, porque tento analisar tudo como que em 3 dimensões, muitas vezes me assusto com certas perspectivas, mas logo percebo, que é melhor as ter visto do que nunca sequer ter ousado tentar ver aquilo que julgamos óbvio de outro ponto de vista.
Não gosto da normalidade, nem tão pouco da vulgaridade, sempre quis ter coisas que mais ninguém tinha e se vejo alguém com alguma coisa igual à minha, ela naturalmente perde grande parte do seu encanto, isto analisando apenas o plano material, que é o que menos interesse tem nisto de gostar de ser único.
Ser diferente é porém mal visto por muitos daqueles que gostam de ser normais, parecidos a todos os outros, como que desejando constantemente integrar-se nalgum sitio ou grupo, esses que apontam o dedo a quem pensa de forma diferente, a quem se veste de forma diferente, a quem no fundo vive como acha que deve viver.
Ao querer ser diferente, corre-se o risco de se ser intitulado de maluco, de estranho talvez, porém o prazer de saber que funcionamos assim, porque de toda e qualquer posição que possamos ter analisado a situação, esta parece-nos a melhor forma de lidar com ela, ou então apenas porque nos apetece, porque nos sentimos bem, assim, sem mais justificações, supera esse sentimento de facto desagradável, do rebanho nos apontar o dedo em uníssono.
No fundo, acredito que são as pessoas diferentes que fazem evoluir o Mundo, aquelas que experimentam que procuram outros caminhos alternativos. Nunca se sabe quando poderemos encontrar um atalho que nos faça avançar um bocadinho mais rápido...

quarta-feira, 25 de março de 2009

O futuro a alguém pertencerá

No outro dia pensei que tinha realizado a minha boa acção do dia, ao ajudar uma velhota, ainda por cima espanhola, a passar para o outro lado da rua.
Mais tarde, já no quarto de hotel, a minha mente divagou para a problemática do exponencial aumento de idosos a nível Mundial, para o qual essa idosa espanhola, contribui sem sombra de dúvidas. Daqui a 50 anos, terei 79, quase 80 anos e, tendo em conta o desenvolvimento assombroso e assustador da medicina, qual será nessa altura a esperança média de vida? Muito poderão opinar sobre isto, mas julgo que ninguém o saberá ao certo e, se as reformas têm os dias contados, eu pelo menos já não conto com a minha, se cada vez a natalidade é menor devido à quantidade de horas que temos que trabalhar e passar no trânsito, assim como a falta de incentivos do estado, como iremos suportar um sistema nacional de saúde com tantos idosos a cargo? Como iremos suportar as pensões e reformas dos idosos e os subsídios de desemprego que não pararão de crescer?
Isto é algo que me aflige e que me leva a por em causa todo o nosso sitema de valores, porque se em alguns países faz sentido haver controlo da natalidade, será possível que algum dia faça sentido existir um controlo de mortandade?
Dá que pensar...

sábado, 21 de março de 2009

A humanização dos políticos

É sempre a mesma coisa, em ano de eleições os políticos tornam-se mais humanos, mais solidários, mais empreendedores e mais justos.
Se tanto nos queixamos durante 3 anos do alheamento dos nossos políticos da realidade em que vivemos, durante o ano ou os meses que antecedem as eleições, provavelmente eles mudar-se-ão de armas e bagagens para o seu antigo bairro, abandonando o condomínio fechado em que se isolam durante o restante tempo, tornando-se mais solidários e mais preocupados com as injustiças que se verificam.
Já defendo a limitação do número de mandatos dos partidos no poder, tal como se verifica para o político individual, começo agora a questionar se não valeria a pena, diminuir a duração desses mesmos mandatos, poderia ser que dessa forma, pudéssemos ter políticos mais humanos durante grande parte do tempo...

terça-feira, 17 de março de 2009

Sonhos

À distância de 650Km, consigo ouvir o som de todos aqueles que amo e que me suportam nesta luta desigual, contra esse descontentamento que me preenche quando penso no que poderia fazer e no que faço na realidade. Os anos vão passando e os sonhos, esses, permanecem por realizar, dando-me esperança na forma de ansiedade para que possa realizá-los o quanto antes. Apesar de estar próximo dos 30, sinto-me uma criança a puxar a corda que me há-de fazer realizar todos os meus sonhos. Quando do outro lado a força se acabar, a minha permanecerá por mais uns segundos e tudo virá assim, facilmente ter comigo, depois de tanto esforço. Quero-vos a meu lado quando isso acontecer, pode ser que ainda não tenham realizado os vossos e que eu vos possa ajudar a fazer ceder o outro lado da corda...

quinta-feira, 12 de março de 2009

Em casa

De frente para a janela do quarto de hotel, a lua quase cheia, espreita-me por entre os cortinados, iluminando os telhados da cidade da Figueira da Foz. Aqui ao lado o casino alberga uma série de seres que por ali deambulam na esperança da fortuna fácil. Amanhã regresso a Lisboa, minha bela e incomparável Lisboa! Tenho escrito pouco é verdade, mas nem por isso deixo de pensar neste mundo que imagino transparente, talvez seja apenas uma fase de menor inspiração e de mais esforço, não sei, sei apenas que me sinto em casa aqui neste blog.

terça-feira, 10 de março de 2009

terça-feira, 3 de março de 2009

Tabernas

Gosto de tabernas! Tenho sempre uma ao pé de casa, pronta a receber-me. Não sei se são os azulejos brancos ,o balcão de mármore barato ali dos lados de Sintra, se os croquetes e as xamuças em exposição, mas algo me faz sentir ali, como se estivesse no coito enquanto jogo à apanhada com os amigos. Não é que costume lá ir acompanhado, pois vou até quase sempre sozinho, nem tão pouco é pelo cheiro a vinho ou a aguardente que por ali se mantém entranhado, pois apenas lá vou para beber café. Pode ser das pessoas, encontra-se quase sempre alguém que vale a pena ver, um treinador de bancada, um revolucionário derrotado pelo álcool ou um antigo pugilista de 82 anos que ainda me despachava com uma perna atrás das costas. Cheira-me que vou lá amanhã antes de sair, dar uma vista de olhos pelo jornal Abola enquanto bebo o meu café matinal, pode ser que dê de caras com um militar de Abril que me revele que afinal nada daquilo se passou assim como nós pensamos...

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Boa hora



Ali na Boa Hora, nasceu em 1677 um edifício histórico, paredes meias com o Palácio do conde de Barcarena, ergueu-se um convento de Dominicanos Irlandeses, ergueu-se o convento da Boa Hora, no então designado Pátio das Comédias.
Com a extinção das Ordens Religiosas, passou a Quartel do 1º Batalhão dos Voluntários do Comércio, isto depois de ter sido parcialmente destruído aquando do terrivel terramoto de 1755. Manuel da Maia e Eugénio dos Santos trataram no entanto de o reconstruir, dando-lhe a importância que lhe era devida.
Há 165 anos foi transformado em tribunal, eternizado por ter sido o 1º tribunal Europeu a proíbir a pena de morte. Desde então tem sido palco de inúmeros julgamentos mediáticos, alguns dos quais nunca poderemos, nem deveremos esquecer.
Hoje tem os dias contados e pouco mais do que a fachada irá sobrar, quando ali nascer mais um Hotel de charme que apenas estrangeiros não merecedores de tão mítico espaço, irão frequentar.
Lisboa à custa de interesses financeiros, perde mais um edifício mágico que deveria ser preservado, em vez de esquecido como acabará por ser. Imagino já o portão majestoso a afastar os olhares dos indiscretos para o largo que outrora foi nosso por direito...
Em Portugal começa a ser costume vendermos memórias em troca de alguns euros, que são úteis a curto prazo, mas que em nada no servem a longo prazo. Foi assim também com a antiga sede da PIDE em Lisboa, que agora virou condomínio de luxo.
Tudo isto tem um pouco a ver com a falta de moralidade dos nossos políticos, que não entendem as pessoas e a história de tão grande Nação, vendendo tudo desde que isso renda uns trocos cá pa malta. À custa da falta de visão, vamos assim desbaratando pedaços de história, vendendo a alma ao dinheiro, como se a memória não fosse mais do que um pedaço de terra que pode ser assim vendida, consoante o seu valor e a nossa necessidade.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Loucuras de Carnaval

Julgo ter lido, ou ouvido assim de rompante, por entre imagens de corsos carnavalescos, a notícia de que um dos administradores da BragaParques, foi condenado por corrupção activa, sendo a pena o pagamento de uma multa de 5 mil euros. Ainda hoje não percebi, se seria uma piada de Carnaval ou mais um caso da república das bananas que habitamos...

Outra notícia que me deixa preocupado, é o facto de um cada vez maior número de alunos universitários, estar a contrair empréstimos no sentido de poder pagar os seus estudos. Estes empréstimos são concedidos por bancos e não pelo Estado, como deveriam ser, principalmente porque olhando o futuro a curto prazo, não se prevê que a maioria destes agora estudantes tenham emprego quando terminarem os seus cursos, correndo assim o risco de poderem não ter forma de saldar as suas dívidas perante o Banco.
Numa altura em que se fala de uma maior exigência na concessão de crédito, não faz sentido que estejamos a dar uma corda para os nossos estudantes usarem o pescoço, corda essa que irá apertar com o fim dos seus cursos e com a chegada ao mercado de trabalho. Não deveria ser o estado a apoiar estes jovens? Não é do interesse do estado proteger os jovens estudantes universitários? Não deveria ser afinal de contas uma das suas responsabilidades?
Apesar das evidências, os nossos governantes acham que não lhes cabe a eles apoiar os jovens que pretendem tirar um curso superior, que não lhes cabe a eles apoiar os jovens em inicio de carreira com contratos de trabalho precários. Se os nossos governates pudessem delegavam nos bancos toda e qualquer responsabilidade de apoiar toda e qualquer classe mais exposta, esquecendo no entanto, que os bancos não apoiam ninguém, a não ser a eles próprios e que se mais tarde, os agora alunos e então desempregados, não tiverem dinheiro para pagar a dívida quem irá pagar será o próprio estado e com juros.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Coragem

Sempre que me encontro, submetido a qualquer tipo de dor física, aparece, em jeito de coragem adicional, a imagem do meu avô Ernesto, encostado à parede da sua casa, um pé na parede, outro no chão, que presumo ter sido assente por ele, com a boina na mão para assim poder sentir melhor o sol na sua testa, enquanto sorrindo me chamava de alentejano. Instantes depois, já em cima da bicicleta, na qual se deslocava para o trabalho árduo no campo, partia sem olhar para trás, enfrentando o presente que o passado já não tem remédio. Nunca lhe ouvi uma queixa, uma reclamação, bem sei que eu era novo, demasiado novo, para ligar a queixumes, mas de facto julgo que ele seria mesmo assim e é assim que o guardo em mim. Não é que ele esteja sempre presente, pelo menos conscientemente, mas quando o medo e a dor aparecem, lá vem ele, a acalmar-me, ao sol a sorrir e do seu puro sangue ribatejano a chamar-me a mim, alentejano. Agora, anos mais tarde, queria dizer-lhe que nunca fui alentejano, que nunca o quis ser aliás, prefiro ser ribatejano, forte, corajoso e destemido, assim, como ele e a dor essa, não amedronta alguém assim.

Petição Anti-Corrupção



Foi ontem lançada, por vários eurodeputados, de vários partidos e nacionalidades, uma petição anti-corrupção . Eu já assinei, assinem vocês também! Perdem apenas alguns segundos ao clicar aqui.
Com esta petição, pretende-se uma legislação europeia preventiva e criminalizante da corrupção, bem como mecanismos que possam actuar tanto no espaço da UE, como na relação da UE com Países terceiros.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

o Exército da Salvação



Surgiu ontem, discretamente, a noticia de que o dinheiro que seguiu para o Iraque, com vista à reconstrução das necessárias infraestruturas daquele País, desapareceu sem deixar rasto. Pode ler aqui sobre esta noticia, embora não avance muito. No entanto ficamos a saber que um controlador americano, a quem foi enviado 57,8 milhões foi fotografado (terá sido todo nu?) ao lado de pilhas de dólares e ficamos a saber também que o responsável pela reconstrução do Iraque é o Pentágono e que por isso estão a ser investigadas as mais altas patentes militares responsáveis naquele conflito.
Resta-nos esperar que alguém encontre o dinheiro, muito embora me pareça que já esteja bem escondido em offshores que ninguém quer que acabem. Porque será?
Pergunto-me aliás, se este foi de facto um acontecimento anormal ou se esta noticia saiu à revelia de alguém...

Há coisas assim

Sentia-se em casa quando estava na sua companhia, a sua presença, sentia-a como algo natural, quando estavam juntos sentia-se tão à vontade como quando estava sozinho, mas no entanto a solidão que o invadia nos momentos em que estava só, não existia quando ela estava por perto. O seu cheiro, a sua voz, o seu sorriso, sempre o acompanharam quando estiveram afastados, num misto de dor e conforto, que o impediam de ser completamente feliz, mesmo quando o julgava ser.
As coisas que só ele conseguia apreciar nela, distinguiam-na, aos seus olhos, de todas as outras mulheres.
Sempre que levantava voo e a sua imaginação vagueava por territórios desconhecidos e talvez inalcançáveis, era a sua mão que o agarrava, a sua voz que lhe dizia para voltar à terra, apontando-lhe o caminho a seguir pela realidade dura e crua. Esse valor terreno, que se misturava com todos os sentimentos próprios de um amor assim, eram a certeza de que jamais a queria perder.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

LxFactory



Sem pré-aviso, ví-me assim a conduzir por entre ruas industriais, circulando por entre armazéns que libertavam pelas suas janelas todas as cores do arco-íris. Ao sair do carro, a visão da ponte 25 de Abril mais parecia o estaleiro suspenso daquela enorme fábrica no coração de Alcântara. Era sexta-feira à noite e por motivos festivos desloquei-me a uma festa que iria ter lugar no LxFactory. Este espaço, que´começou por ser a meio do século XIX uma fábrica de fiação, passando mais tarde a tipografia e gráfica, virou recentemente uma nova página na sua história. Actualmente, foi assim que o senti, fabrica outro tipo de "coisas", como sonhos, alegria e inspiração. A festa foi boa, mas neste caso, não foi o centro das minhas atenções, uma vez que o facto da casa-de-banho ser num espaço adjacente ao local da festa, ter-me obrigado a circular por ali, esquecendo por largos instantes o som do DJ que supostamente queria ouvir. Intrigado por tão fascinante espaço, quando cheguei a casa não me fui deitar imediatamente e com o motor de busca Google à minha frente, escrevi o nome LxFactory. Descobri que existem lojas, escritórios de publicidade e espaços para alugar, quer para festas, quer para exposições ou para outro qualquer evento público ou privado que se queira promover.
A mim, que sou sempre de associações filosóficas e existencialistas, tocou-me o facto de num espaço industrial agora existir um espaço assim, jovem, criativo, fervilhando emoções e sentimentos positivos. É daquelas coisas que acontecem, de um sonho antigo ou de um mero acaso, não interessa, mas que na sua essência nos mostram que não há espaços perdidos se for pedida a opinião e o contributo de quem tem ideias, de quem pensa e vê as coisas do dia-a-dia, assim de forma diferente e única.
Parabéns aos promotores e organizadores deste espaço! Não sei quem são e julgo que isso também não é assim tão importante, basta o espaço e a ideia que dele vou guardar e que dificilmente irei esquecer.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Lixo Espacial vs Pequenos Oásis



O choque entre o satélite militar russo desactivo e o satélite americano de um empresa de telecomunicações, algures sobre a Sibéria (com todas as teorias da conspiração que isso possa criar), levantou a discussão sobre os detritos que gravitam em torno do nosso planeta. Bem, o melhor será deixá-los por lá, a apodrecer, afinal de contas sempre poderão servir de escudo na eventual colisão de algum meteoro com a terra. No entanto, há quem diga que isso pode dificultar em muito o lançamento em órbita de naves e tripulantes, uma vez que para além do cada vez maior número de satélites desactivos e sem órbita controlada e por isso mais dificil de prever, há o risco dos detritos que estes choques provocam poderem prejudicar futuras missões espaciais, a próxima já agendada para Fevereiro.
De qualquer forma, concluí-se daqui, que já nem aos habitantes de outros Planetas escapa o facto de sermos uma civilização em auto-destruição, capazes de nos envolvermos por aço e ferro que reforça ainda mais, a ideia negativa que a expressão, "qualquer dia cai-nos o céu em cima da cabeça" já de si possui...

A combater este sentimento de masoquismo geral, aparecem estes exemplos de coragem e obstinação que devemos sempre elogiar. Da minha parte, que não sei em que mais vos posso apoiar, vou continuar aqui neste blog a realçar aqueles que em prol do planeta se lançam em aventuras ao desconhecido.

Estação de Sines



Desde há uns dias que também me podem encontrar, como colaborador no blog da Estação de Sines.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

????



Dos dias que passam não tenho notícias, nem porventura quereria ter. Há sempre alguém que pergunta por eles, a resposta porém é sempre a mesma, nunca mais os voltei a ver. Tenho saudades de alguns, é verdade, mas desconfio que será melhor assim, guarda-se a memória de cada um e para aqueles como eu, que com sucesso guardam quase exclusivamente as partes boas, que bom que é recordá-los assim, em fragmentos dispersos que nos enchem a alma, que nos dão força para encarar cada obstáculo que se nos depara. A Vida tem a sua desordem natural e julgo que nada de significativo podemos fazer para a alterar de forma substancial, até porque no fundo nunca o saberemos. Trata-se de uma combinação de infinitos actos isolados que se interligam de forma totalmente aleatória e que até certa medida podemos ter influência, mas que jamais podemos controlar e a vida, essa, sabe bem melhor assim!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Dias de Sol



E o sol voltou assim, timidamente a brilhar, no congestionado céu arranjou espaço e em conjunto com o vento afastou as nuvens que nos incomodavam hà tanto tempo. Estranho Inverno este...
Aqui por Lisboa, neste dia de sol, sinto saudades de Sines, daqui de onde estou não vejo o mar, vejo o rio é verdade, mas o rio foge-nos das mãos enquanto o mar é teimoso e insiste em aproximar-se de nós. Hoje em dia, diz que é grave esse facto, o mar aproxima-se sem parar e pode ser que um dia nos fartemos dele, que se torne demasiado incomodativo. É assim com quase tudo, às vezes fartamo-nos daqueles que pensávamos gostar, nunca pensando na possiblidade de terem sido eles a fartar-se de nós.
Aqui por Lisboa, sinto falta de Sines, esqueço o cheiro a gás e as ruas sujas, esqueço todos os defeitos e inevitavelmente quando as saudades batem, nem que seja por um segundo, imagino-me sentado à beira-mar, de costas voltadas a tudo aquilo que não quero ver...
Que bom que é imaginar!