sábado, 3 de janeiro de 2009

2009 e Cavaco

Por entre as festividades da passagem de mais um ano, coisa que levo sempre muito a sério, o Mundo continuou a sua marcha imparável ao sabor do tempo que vai passando, sempre com o seu ritmo frenético.
Há coisa de alguns dias, escrevi um e-mail, ao nosso Presidente da Républica, confesso que não ouvi na íntegra, o seu discurso, mas li com atenção muitos comentários ao mesmo. Parece que a uma das perguntas que lhe dirigi, nessa mesma carta, Cavaco respondeu que os jovens têm que ter paciência, que não devem desisitir, nem desesperar por tempos melhores, por justiça e igualdade. Julgo que em igualdade, nem terá falado. Já ninguém fala em igualdade, trata-se de uma palavra esquecida talvez por se achar impraticável. Sr. Cavaco, não me passa sequer pela cabeça desistir de nada que me implique a mim, nem desesperar por algo que sei ser impraticável enquanto vos tivermos a liderar. Sr. Cavaco, a que se refere quando utiliza a palavra desistir? Porque é que os jovens haveriam de desistir de alguma coisa? Desisitir dos politicos, há muito que já o fizemos. Porquê esse apelo, quando essa causa está perdida? Quererá que nos comportemos bem enquanto vocês não?
Sr. Cavaco, os jovens já não lhe pedem nada, já desistiram de pessoas como o Senhor há algum tempo e tudo o que pedirmos agora será por nós e para os que vierem a seguir. Não se preocupe não desesperaremos com os escândalos diários, com as mesquinhices politiqueiras e tão pouco com o facto de não vermos um futuro pródigo à nossa espera...
Já chegámos à conclusão que estamos sozinhos nesta luta e que tudo o que pode ser mudado, apenas pode acontecer pelas nossas mãos e isso reconforta-nos, faz-nos sentir importantes, coisa aliás rara na nossa sociedade.
Quanto à sua mensagem, não me preocupei sequer em ouvi-la. Tenho a certeza que possui o tom paternal, que tem caracterizado as anteriores, à laia de um Avôzinho que discorda da educação que o seu filho dá ao netinho, mas que nada pode fazer... Deve saber bem ouvi-lo enquanto um prato de biscoitos está na mesa a acompanhar o chá das 5. A nós soa-nos a incompetência e falta de coragem. Soa-nos a conformismo e a desistência, mas a si já percebemos que não vale a pena pedir nada...

Sem comentários: