sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Boa hora



Ali na Boa Hora, nasceu em 1677 um edifício histórico, paredes meias com o Palácio do conde de Barcarena, ergueu-se um convento de Dominicanos Irlandeses, ergueu-se o convento da Boa Hora, no então designado Pátio das Comédias.
Com a extinção das Ordens Religiosas, passou a Quartel do 1º Batalhão dos Voluntários do Comércio, isto depois de ter sido parcialmente destruído aquando do terrivel terramoto de 1755. Manuel da Maia e Eugénio dos Santos trataram no entanto de o reconstruir, dando-lhe a importância que lhe era devida.
Há 165 anos foi transformado em tribunal, eternizado por ter sido o 1º tribunal Europeu a proíbir a pena de morte. Desde então tem sido palco de inúmeros julgamentos mediáticos, alguns dos quais nunca poderemos, nem deveremos esquecer.
Hoje tem os dias contados e pouco mais do que a fachada irá sobrar, quando ali nascer mais um Hotel de charme que apenas estrangeiros não merecedores de tão mítico espaço, irão frequentar.
Lisboa à custa de interesses financeiros, perde mais um edifício mágico que deveria ser preservado, em vez de esquecido como acabará por ser. Imagino já o portão majestoso a afastar os olhares dos indiscretos para o largo que outrora foi nosso por direito...
Em Portugal começa a ser costume vendermos memórias em troca de alguns euros, que são úteis a curto prazo, mas que em nada no servem a longo prazo. Foi assim também com a antiga sede da PIDE em Lisboa, que agora virou condomínio de luxo.
Tudo isto tem um pouco a ver com a falta de moralidade dos nossos políticos, que não entendem as pessoas e a história de tão grande Nação, vendendo tudo desde que isso renda uns trocos cá pa malta. À custa da falta de visão, vamos assim desbaratando pedaços de história, vendendo a alma ao dinheiro, como se a memória não fosse mais do que um pedaço de terra que pode ser assim vendida, consoante o seu valor e a nossa necessidade.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Loucuras de Carnaval

Julgo ter lido, ou ouvido assim de rompante, por entre imagens de corsos carnavalescos, a notícia de que um dos administradores da BragaParques, foi condenado por corrupção activa, sendo a pena o pagamento de uma multa de 5 mil euros. Ainda hoje não percebi, se seria uma piada de Carnaval ou mais um caso da república das bananas que habitamos...

Outra notícia que me deixa preocupado, é o facto de um cada vez maior número de alunos universitários, estar a contrair empréstimos no sentido de poder pagar os seus estudos. Estes empréstimos são concedidos por bancos e não pelo Estado, como deveriam ser, principalmente porque olhando o futuro a curto prazo, não se prevê que a maioria destes agora estudantes tenham emprego quando terminarem os seus cursos, correndo assim o risco de poderem não ter forma de saldar as suas dívidas perante o Banco.
Numa altura em que se fala de uma maior exigência na concessão de crédito, não faz sentido que estejamos a dar uma corda para os nossos estudantes usarem o pescoço, corda essa que irá apertar com o fim dos seus cursos e com a chegada ao mercado de trabalho. Não deveria ser o estado a apoiar estes jovens? Não é do interesse do estado proteger os jovens estudantes universitários? Não deveria ser afinal de contas uma das suas responsabilidades?
Apesar das evidências, os nossos governantes acham que não lhes cabe a eles apoiar os jovens que pretendem tirar um curso superior, que não lhes cabe a eles apoiar os jovens em inicio de carreira com contratos de trabalho precários. Se os nossos governates pudessem delegavam nos bancos toda e qualquer responsabilidade de apoiar toda e qualquer classe mais exposta, esquecendo no entanto, que os bancos não apoiam ninguém, a não ser a eles próprios e que se mais tarde, os agora alunos e então desempregados, não tiverem dinheiro para pagar a dívida quem irá pagar será o próprio estado e com juros.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Coragem

Sempre que me encontro, submetido a qualquer tipo de dor física, aparece, em jeito de coragem adicional, a imagem do meu avô Ernesto, encostado à parede da sua casa, um pé na parede, outro no chão, que presumo ter sido assente por ele, com a boina na mão para assim poder sentir melhor o sol na sua testa, enquanto sorrindo me chamava de alentejano. Instantes depois, já em cima da bicicleta, na qual se deslocava para o trabalho árduo no campo, partia sem olhar para trás, enfrentando o presente que o passado já não tem remédio. Nunca lhe ouvi uma queixa, uma reclamação, bem sei que eu era novo, demasiado novo, para ligar a queixumes, mas de facto julgo que ele seria mesmo assim e é assim que o guardo em mim. Não é que ele esteja sempre presente, pelo menos conscientemente, mas quando o medo e a dor aparecem, lá vem ele, a acalmar-me, ao sol a sorrir e do seu puro sangue ribatejano a chamar-me a mim, alentejano. Agora, anos mais tarde, queria dizer-lhe que nunca fui alentejano, que nunca o quis ser aliás, prefiro ser ribatejano, forte, corajoso e destemido, assim, como ele e a dor essa, não amedronta alguém assim.

Petição Anti-Corrupção



Foi ontem lançada, por vários eurodeputados, de vários partidos e nacionalidades, uma petição anti-corrupção . Eu já assinei, assinem vocês também! Perdem apenas alguns segundos ao clicar aqui.
Com esta petição, pretende-se uma legislação europeia preventiva e criminalizante da corrupção, bem como mecanismos que possam actuar tanto no espaço da UE, como na relação da UE com Países terceiros.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

o Exército da Salvação



Surgiu ontem, discretamente, a noticia de que o dinheiro que seguiu para o Iraque, com vista à reconstrução das necessárias infraestruturas daquele País, desapareceu sem deixar rasto. Pode ler aqui sobre esta noticia, embora não avance muito. No entanto ficamos a saber que um controlador americano, a quem foi enviado 57,8 milhões foi fotografado (terá sido todo nu?) ao lado de pilhas de dólares e ficamos a saber também que o responsável pela reconstrução do Iraque é o Pentágono e que por isso estão a ser investigadas as mais altas patentes militares responsáveis naquele conflito.
Resta-nos esperar que alguém encontre o dinheiro, muito embora me pareça que já esteja bem escondido em offshores que ninguém quer que acabem. Porque será?
Pergunto-me aliás, se este foi de facto um acontecimento anormal ou se esta noticia saiu à revelia de alguém...

Há coisas assim

Sentia-se em casa quando estava na sua companhia, a sua presença, sentia-a como algo natural, quando estavam juntos sentia-se tão à vontade como quando estava sozinho, mas no entanto a solidão que o invadia nos momentos em que estava só, não existia quando ela estava por perto. O seu cheiro, a sua voz, o seu sorriso, sempre o acompanharam quando estiveram afastados, num misto de dor e conforto, que o impediam de ser completamente feliz, mesmo quando o julgava ser.
As coisas que só ele conseguia apreciar nela, distinguiam-na, aos seus olhos, de todas as outras mulheres.
Sempre que levantava voo e a sua imaginação vagueava por territórios desconhecidos e talvez inalcançáveis, era a sua mão que o agarrava, a sua voz que lhe dizia para voltar à terra, apontando-lhe o caminho a seguir pela realidade dura e crua. Esse valor terreno, que se misturava com todos os sentimentos próprios de um amor assim, eram a certeza de que jamais a queria perder.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

LxFactory



Sem pré-aviso, ví-me assim a conduzir por entre ruas industriais, circulando por entre armazéns que libertavam pelas suas janelas todas as cores do arco-íris. Ao sair do carro, a visão da ponte 25 de Abril mais parecia o estaleiro suspenso daquela enorme fábrica no coração de Alcântara. Era sexta-feira à noite e por motivos festivos desloquei-me a uma festa que iria ter lugar no LxFactory. Este espaço, que´começou por ser a meio do século XIX uma fábrica de fiação, passando mais tarde a tipografia e gráfica, virou recentemente uma nova página na sua história. Actualmente, foi assim que o senti, fabrica outro tipo de "coisas", como sonhos, alegria e inspiração. A festa foi boa, mas neste caso, não foi o centro das minhas atenções, uma vez que o facto da casa-de-banho ser num espaço adjacente ao local da festa, ter-me obrigado a circular por ali, esquecendo por largos instantes o som do DJ que supostamente queria ouvir. Intrigado por tão fascinante espaço, quando cheguei a casa não me fui deitar imediatamente e com o motor de busca Google à minha frente, escrevi o nome LxFactory. Descobri que existem lojas, escritórios de publicidade e espaços para alugar, quer para festas, quer para exposições ou para outro qualquer evento público ou privado que se queira promover.
A mim, que sou sempre de associações filosóficas e existencialistas, tocou-me o facto de num espaço industrial agora existir um espaço assim, jovem, criativo, fervilhando emoções e sentimentos positivos. É daquelas coisas que acontecem, de um sonho antigo ou de um mero acaso, não interessa, mas que na sua essência nos mostram que não há espaços perdidos se for pedida a opinião e o contributo de quem tem ideias, de quem pensa e vê as coisas do dia-a-dia, assim de forma diferente e única.
Parabéns aos promotores e organizadores deste espaço! Não sei quem são e julgo que isso também não é assim tão importante, basta o espaço e a ideia que dele vou guardar e que dificilmente irei esquecer.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Lixo Espacial vs Pequenos Oásis



O choque entre o satélite militar russo desactivo e o satélite americano de um empresa de telecomunicações, algures sobre a Sibéria (com todas as teorias da conspiração que isso possa criar), levantou a discussão sobre os detritos que gravitam em torno do nosso planeta. Bem, o melhor será deixá-los por lá, a apodrecer, afinal de contas sempre poderão servir de escudo na eventual colisão de algum meteoro com a terra. No entanto, há quem diga que isso pode dificultar em muito o lançamento em órbita de naves e tripulantes, uma vez que para além do cada vez maior número de satélites desactivos e sem órbita controlada e por isso mais dificil de prever, há o risco dos detritos que estes choques provocam poderem prejudicar futuras missões espaciais, a próxima já agendada para Fevereiro.
De qualquer forma, concluí-se daqui, que já nem aos habitantes de outros Planetas escapa o facto de sermos uma civilização em auto-destruição, capazes de nos envolvermos por aço e ferro que reforça ainda mais, a ideia negativa que a expressão, "qualquer dia cai-nos o céu em cima da cabeça" já de si possui...

A combater este sentimento de masoquismo geral, aparecem estes exemplos de coragem e obstinação que devemos sempre elogiar. Da minha parte, que não sei em que mais vos posso apoiar, vou continuar aqui neste blog a realçar aqueles que em prol do planeta se lançam em aventuras ao desconhecido.

Estação de Sines



Desde há uns dias que também me podem encontrar, como colaborador no blog da Estação de Sines.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

????



Dos dias que passam não tenho notícias, nem porventura quereria ter. Há sempre alguém que pergunta por eles, a resposta porém é sempre a mesma, nunca mais os voltei a ver. Tenho saudades de alguns, é verdade, mas desconfio que será melhor assim, guarda-se a memória de cada um e para aqueles como eu, que com sucesso guardam quase exclusivamente as partes boas, que bom que é recordá-los assim, em fragmentos dispersos que nos enchem a alma, que nos dão força para encarar cada obstáculo que se nos depara. A Vida tem a sua desordem natural e julgo que nada de significativo podemos fazer para a alterar de forma substancial, até porque no fundo nunca o saberemos. Trata-se de uma combinação de infinitos actos isolados que se interligam de forma totalmente aleatória e que até certa medida podemos ter influência, mas que jamais podemos controlar e a vida, essa, sabe bem melhor assim!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Dias de Sol



E o sol voltou assim, timidamente a brilhar, no congestionado céu arranjou espaço e em conjunto com o vento afastou as nuvens que nos incomodavam hà tanto tempo. Estranho Inverno este...
Aqui por Lisboa, neste dia de sol, sinto saudades de Sines, daqui de onde estou não vejo o mar, vejo o rio é verdade, mas o rio foge-nos das mãos enquanto o mar é teimoso e insiste em aproximar-se de nós. Hoje em dia, diz que é grave esse facto, o mar aproxima-se sem parar e pode ser que um dia nos fartemos dele, que se torne demasiado incomodativo. É assim com quase tudo, às vezes fartamo-nos daqueles que pensávamos gostar, nunca pensando na possiblidade de terem sido eles a fartar-se de nós.
Aqui por Lisboa, sinto falta de Sines, esqueço o cheiro a gás e as ruas sujas, esqueço todos os defeitos e inevitavelmente quando as saudades batem, nem que seja por um segundo, imagino-me sentado à beira-mar, de costas voltadas a tudo aquilo que não quero ver...
Que bom que é imaginar!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

A lógica das coisas

A propósito da linha de crédito de 200 milhoes de € posta à disposição das PME, proponho que se faça um inquérito a estas PME com a seguinte pergunta,
quem é o vosso maior devedor?

A cruzada demente



Augusto Santos Silva continua a sua cruzada, contra a comunicação social que teima, na sua perspectiva em levar a cabo esta campanha que se iniciou em Inglaterra e que por motivos obscuros chegou aqui a este pedaço de terra à beira-mar plantado.
Eu por mim, que já perdi todas as esperanças no sistema politico em que vivemos e em Sócrates e no PS, admito que tive essas esperanças, agrada-me que o Ministro da Presidência diga este tipo de coisas obscenas. Contribui para a queda da popularidade do seu Governo e por consequência de todo o sistema politico, levando-nos a pensar nos critérios e motivos que levam alguém com este bom senso, alguém tão humanista como este desprezável homem, a chegar assim, ao Poder que nunca lhe deveria ter sido entregue.
É pois de mais pessoas destas que precisamos, se queremos alcançar alguma agitação, algum tipo de mudança em Portugal, mas não só em Portugal, porque por todo o lado é assim. Chega-se ao poder se se for capaz de entrar em negociatas, se virem nele capacidade de enganar e manipular e proteger os poderosos e as grandes fortunas.
Estes seres fazem-se transportar em grandes e luxuriosos carros, escoltados como criminosos, por motos e carros da policia que nós pagamos. Para eles não há trânsito, nem há buracos nas estradas, não há pobreza nem desemprego, não lhes interessa nada disso ao passarem por nós de vendas nos olhos, entretidos com os seus próprios pensamentos e os seus próprios problemas e muito longe daquilo que deveria ser a sua real cruzada. Que nos interessa, a nós portugueses, se Sócrates está a ser ou não alvo de uma campanha? Não será mais importante o facto de isto ser do conhecimento da comunidade internacional? Não será mais grave o abalar da já débil imagem que o Mundo tem de Portugal? Não deveria ser no desemprego e na crise que o Ministro deveria centrar as suas preocupações? Não deveria ser essa, pelo menos, a imagem que ele deveria passar? Sr. Santos Silva tente ter a noção de que quem lhe paga o ordenado somos todos nós e que supostamente deveria estar ao serviço do Povo e não ao serviço do seu partido e do seu líder.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Mário Crespo abre o livro

É obrigatório ler este artigo de Mário Crespo ao JN.

Talvez um dia o Douro leve dali o lixo



O FCP cheira mal da boca! Cheira a máfia, a intimidação, a tráfico de droga e armas. Cheira a visitas ao balneário do árbitro no intervalo das partidas. Cheira a fruta podre e às vezes dou por mim a desejar que o Douro engula aquela cidade e leve consigo para mar alto, o lixo que por lá anda...
Eu não sou politicamente correcto, sou daqueles que vai ter um dia mais feliz no dia em que o Papa do FCP for desta para melhor.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

FDS

São quase sempre iguais todos os fins-de-semana que passo em Sines. Repartido entre a alegria de estar com muitos daqueles que gosto e o inconformismo de ver e sentir aquela que considero ser a minha terra assim, abandonada e triste. Outrora zona turística de excelência, hoje zona industrial, suja, mal frequentada, insegura, degradada, amorfa e enfim... triste e desoladora. Quem cá vive porventura habituado que está, não sente da mesma forma, ou não quer sentir, às vezes mais vale não encarar as evidências e fecharmo-nos em casa, que este mau tempo não convida a grandes passeios... Eu infelizmente não consigo ser assim, não sou muito de me fechar em casa, gosto de conversar, de ver pessoas que não conheço, de sentir o rude frio deste cabo português, queixo-me dele é verdade, mas se porventura fosse cego, seria ele que me diria que estava em casa, na minha terra.
Durante o dia alguns cafés enchem e as pessoas lá vão saindo, antecipam a noite e vestem os seus melhores trajes, que à noite não se pode andar ai, diz que vai chover, além disso da última vez que saí não gostei muito e hoje vai dar a novela e o programa novo da TVI.
Eu sei, lá estou eu a criticar, bem sei que quem lê este blog são amigos meus e pouco mais e esses eu sei bem que não trocam as pessoas pela TV, quanto a isso estou descansado, mas com o passar dos anos dizem que as pessoas se tornam mais reservadas, não sei porquê, nunca soube, mas que dizem dizem...

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Steve Irwin



Eu também queria estar a bordo do "Steve Irwin".

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Pode ser que isto melhore

Julgo que foi num dia como o de ontem, dividido entre chuva, vento e pequenos rasgos de sol (que falta nos faz o sol para nos aquecer os ânimos...), que tudo aconteceu naquele sonho estranho, de que me lembro num puzzle de fotografias retalhadas, que tento juntar com um esforço demasiado grande para o poder apreciar.
Na realidade tão distante, o pesadelo continua, chuva, vento e pequenos rasgos de sol, coabitam com o medo que se tenta combater por palavras sábias de velhos destemidos e inconsequentes, logo porém condenadas por alguém habituado a dar paulada a torto e principalmente a direito.
Do outro lado da rua um grupo de gente a limpar a agência bancária, vidros, chão, tecto, dobradiças das portas, tapetes sacudidos, dívidas pagas como cada um pode ou não pode. Reverencias à passagem do homem de colarinho branco de nota a cair do bolso, na esperança daquele movimento reverencial soprar a nota na sua direcção.
Na televisão anúncios de alianças e desavenças inesperadas. Zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades...
Mas o povo vê e esquece que isto de contar tostões dá muito trabalho e enquanto se tem trabalho lá se vai vivendo, que aquilo lá na empresa já não está como estava... O chefe a falar ao telemóvel, talvez com o banco, com a mão a apoiar a testa que parecia pesar toneladas, olhos vermelhos raiados a contrastar com o tom pálido do seu rosto ao passar por nós, mesmo antes de desmaiar e cair estatelado no chão frio que sempre o apoiou... Demos-lhe água das pedras e açúcar, pode ser que isto melhore...

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

A Monotonia - Ler Agostinho da Silva



Nos grandes momentos todos são heróis; tem-se sempre a ideia, embora vaga, de que se está representando e que o papel se deverá desempenhar com perfeição; de outro modo não aplaude o público. Depois as epopeias duram pouco; todas as forças se podem concentrar, faz-se um apelo supremo à suprema energia; em seguida permite-se o descanso, a mediocridade que apazigua e repousa; nada mais vulgar do que um herói fora do seu teatro.
Não é, pois, necessário que te prepares para as crises; são horas em que sempre - se não és totalmente apagado - te encontrarás acima de ti próprio; mil elementos te farão pedestal; tão alto subirás que só te será difícil, passada a exaltação, não te admirares do que fizeste; vês-te incapaz de repetir o golpe; e para a fama do herói certamente contribui este espanto que o toma de se não ter sempre igual, de em determinada conjuntura ter passado sobre ele o apelo dos deuses.
É para todos os dias que precisas de educar e afinar a alma; é para te sentires o mesmo em todos os minutos que deves dominar os impulsos e ser obstinadamente calmo ante as dificuldades e os perigos, as alegrias e os triunfos. O constante exercício do ginasta te sirva de estímulo e de guia; que saibas dar um passo com a mesma segurança, leveza e calma com que poderias dar um salto; aprende a ter nas resistências o esforço dos ataques.
O que a vida apresenta de pior não é a violenta catástrofe, mas a monotonia dos momentos semelhantes; numa ou se morre ou se vence, na outra verás que o maior número nem venceu nem morreu: flutua sem norte e sem esperança. Não te deixes derrubar pela insignificância dos pequenos movimentos e serás homem para os grandes;
se jamais te faltar a coragem para afrontar os dias em que nada se passa, poderás sem receio esperar os tempos em que o mundo se vira.

Agostinho da Silva, in 'Textos e Ensaios Filosóficos'

Vale a pena debater



Em Espanha a igreja católica manifestou a sua indignação perante a publicação de cartazes em autocarros públicos, com a frase "provavelmente deus não existe".
Esta campanha levada a cabo por diferentes associações de ateus e livres pensadores espanhóis, chocou as organizações cristãs, tendo algumas passado das palavras de critica à acção, promovendo uma campanha em defesa da existência de Deus.
Embora em espanhol, podem ler uma reflexão sobre este tema aqui, visto abster-me de expressar qualquer comentário em relação a este assunto...

Pequenos óasis


O INESC- Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, associação privada sem fins lucrativos, de utilidade pública, dedicada à educação, incubação, investigação científica e consultoria tecnológica, foi convidada pelo departamento de Energia do Governo norte-americano, no sentido de desenvolver uma nova plataforma de previsão eólica que estará completa em Setembro de 2010. O objectivo é conseguir uma previsão para 3 dias com uma margem de erro de 15%. Parabéns INESC!
Pode ler mais sobre este anúncio aqui.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

A ascensão da extrema-direita em Israel é alarmante

Leia aqui a entrevista a um dos mais conceituados e traduzidos historiadores israelitas.

Despedimentos colectivos



Apesar dos supostos esforços por parte dos governantes nacionais, continuam os anúncios de despedimentos colectivos.
Em muitos casos são empresas que já teriam recebido fundos do Estado, destinados precisamente a manter a estabilidade das mesmas.
Num estado endividado, dias depois de se saber que o dinheiro que pedimos no exterior nos vai sair ainda mais caro, parece-me de bom senso a responsabilização dos gestores que provocam estes despedimentos, aumentando o flagelo social que é o desemprego.
Caso seja verdade que algumas destas empresas receberam fundos do estado, parece-me justo exigir que o devolvam ou que se averigúe efectivamente o motivo concreto destes despedimentos, que no fundo são a forma mais fácil de manter os lucros.
A desresponsabilização de gestores, quadros superiores, governantes e autarcas em simultâneo com o aumento do desemprego poderá provocar situações de contestação social incomportáveis, criando ao mesmo tempo uma bola de neve que dificilmente deixará de absorver todas as áreas da economia.
O maior problema com que a nossa sociedade se irá debater no futuro será a recuperação dos empregos que agora se vão perdendo, mantendo ao mesmo tempo lucros e inflação em valores aceitáveis.
A continuarmos assim, com este aumento exponencial do desemprego, a crise irá piorar de forma trágica e dolorosa nos próximos tempos, estando a porta aberta para o colapso total da economia, restando-nos a esperança de que o Governo consiga supervisionar e regular todos estes casos, que cada vez irão ser mais frequentes, antecipando-se de qualquer forma e de acordo com a incapacidade que o Estado já demonstrou em situações bem recentes a impossibilidade de controlar este tipo de situações.
Portanto, agarrem-se bem que isto vai doer a alguns...

Política rasteira


A JSD vai colocar hoje na rotunda do Centro Sul em Almada, um outdoor com o Primeiro-Ministro Português, com um nariz à pinóquio e com o nome Pinócrates.
Este tipo de política é uma aberração, que da parte da juventude partidária do principal partido da oposição, revela apenas uma enorme falta de capacidade para propor algo construtivo.
Tem que haver regras para o comportamento e actos dos partidos políticos, bem como das suas juventudes, que sempre primaram naturalmente pela rebeldia. Não se pode encarar da mesma forma a opiniao de alguém que escreve no seu blog, ou que dá uma opinião independente com a de alguém ou de algum grupo associado a um partido político, ainda para mais quando representado na Assembleia da República.
O PSD revela-se aliás um desastre completo no que diz respeito a estratégia política. É incapaz de falar a uma só voz, de transparecer uma imagem de estabilidade, cometendo erros atrás de erros.
Este tipo de campanha, ainda para mais com a imagem do Primeiro-Ministro Português abalada além fronteiras,por este obscuro caso Freeport, é algo que incomoda os Portugueses, não me parecendo a altura ideal para a maioria das pessoas acharem piada a um cartaz desta natureza.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Google Ocean



A partir de hoje já se pode viajar pelo fundo dos oceanos, visualizar a sua topografia, acompanhar o trajecto de um tubarão branco monitorizado, visualizar destroços de navios, acompanhar relatórios actualizados sobre temperatura e ondulação costeira no Google Ocean.
Esta informação detalhada do fundo do mar e da sua topografia, será de qualquer forma e de acordo com especialistas, um processo muito longo, prevendo-se uma imensidão de anos partindo das condições actuais para estar completa.
Foi também disponibilizado no Google Earth a opção de visualizarmos zonas e edifícios históricos em imagens de várias datas, permitindo-nos ver o antigamente e a actualidade à distância de um click.
Podem ler aqui sobre estas novidades.

A democracia Comunista



No Sábado foi pela enésima vez anunciada a construção do IP8 que ligará Sines a Beja, segundo consta terá portagens entre Santiago do Cacém e Beja, sendo mais uma vez neste triste País o povo a pagar tudo e mais alguma coisa. Pergunto-me para onde irão os nossos impostos...
Neste anúncio esteve presente o nosso querido Presidente, o incompetente e pouco democrático Manuel coelho, que recebeu felicitações de Mário Lino e José Sócrates pela sua desvinculação do PCP.
Estive também em Sines de passagem para o algarve este fim-de-semana. A foto que coloquei num post anterior e que espelhava a diferença na qualidade das estradas portuguesas e espanholas serviria também para caracterizar as diferenças entre as estradas do concelho de Odemira e do concelho de Sines...
Em Sines e parece que em todo o País, as pessoas ficaram com a ideia de que o Manel dos foguetes se desvinculou do PCP por convicções pessoais, ignorando o facto de que este apenas se demitiu porque assim se antecipava à sua já previsível e anunciada expulsão do Partido por aproximação indevida ao Governo e às suas politicas.
De salientar que nenhum autarca deste partido não democrático e comunista esteve presente na cerimónia em que se anunciou a construção do IP8...

Quem devolve este dinheiro que nos foi roubado?
Leiam aqui os lucros que deveriam ter sido nossos mas que afinal são das Instituições Financeiras nos últimos 4 anos.

Inovações e Estratégias



Sócrates continua a classificar os últimos acontecimentos como sendo uma campanha contra o seu bom nome, dizendo que se defenderá e resistirá a todas as ignomínias. De uma coisa se pode gabar o nosso Primeiríssimo, contribuir para o enriquecimento vocabular de grande maioria da população Portuguesa. De agora em diante, taxistas e motoristas responderão a buzinadelas e insultos que lhes denegridam a honra com mais à vontade, afinal de contas têm mais uma palavra de valor acrescentado para retaliarem qualquer ataque à sua dignidade.


No PSD, todos estão compreensivos com Sócrates, de forma que Manuela Ferreira Leite, apesar de achar que este é o Coveiro da Pátria, defende que se deve manter até ao fim do mandato, porque já que o buraco não pára de aumentar também não vai ser ela que o irá tapar. Isto cada coisa a seu tempo! António Borges, pensa o mesmo, que Sócrates se deve manter até ao final do mandato, dizendo também que acredita na sua inocência.

Eu que duvido sempre muito da nossa politiquice, não acredito que o PSD adopte este comportamento por amor à estabilidade do País, mas sim por achar que se trata da estratégia que mais sucesso lhes pode trazer, muito embora eu ache que se trata da estratégia errada. Sócrates está agora mais débil do que estará na altura das eleições, depois de lançadas todas as medidas sociais para as eleições e de ter "acalmado" a comunicação social em relação ao caso freeport. Mas isto na vida, de vez em quando aparecem algumas surpresas...


Jerónimo de Sousa diz, "espero que o governo não se vitimize à pala deste caso". Ao contrário do Primeiro-Ministro este comunista nada tem para nos ensinar em termos de vocabulário, muito embora seja de salientar a inovação da introdução da expressão "à pala", coisa rara no seio do "estalinizado e dogmático" partido comunista.