terça-feira, 22 de setembro de 2009

Até para o ano!

Hoje acaba o verão e começa o Outono e eu, como bom distraído patológico, sou apanhado desprevenido, avisado no próprio dia para uma despedida com reencontro marcado para depois da Primavera em flor.
Até lá, as folhas começarão a cair, despindo a grande maioria das árvores de qualquer ornamento, os dias tornar-se-ão mais curtos e a ajudar, em breve, não sei quando, o horário mudará e ser-nos-á roubada mais uma hora para depois a devolverem quando já parece não ser preciso. O frio obrigar-nos-á a vestir roupas quentes e a tirar do armário coisas que já nem nos lembramos ter e, os não fumadores ganharão o privilégio de também eles poderem brincar com o fumo que lhes sai do calor da boca, pena não nevar para podermos regressar à infância, atirando uns aos outros bolas de neve e tentando elaborar um boneco de neve que à noite pudesse ganhar vida e partisse fugindo do calor que o mataria.
Fica a saudade do verão a abraçar-nos, isso fica, confortada com o calor da lareira enquanto desembrulhamos os presentes de natal, com a esperança que o próximo Verão possa ser ainda melhor que o anterior, que esse já lá vai. Já lá vai e não volta mais, mas sobre isso não nos martirizemos, porque se fosse caso disso, sofreríamos todos os dias, pelo anterior que já não volta.
Talvez estas despedidas e estes reencontros, não vos afectem como a mim, talvez não as sintam sequer, já em mim a nostalgia tende a instalar-se sempre que sinto os dias a encurtarem e a noite a chegar mais cedo. Mas com vocês, meus amores de todas as estações, tudo isto parece ser um mal menor e inevitável, talvez por isso sem importância.
Só não me troquem os horários. Que tal fazermos um abaixo-assinado a reclamar as horas que nos tiram e nos devolvem todos os anos?

domingo, 20 de setembro de 2009

Votem!



Daqui a uma semana, a esta hora, já saberemos quem será o 1ºMinistro que governará Portugal, em principio durante os próximos 4 anos. Nesta coisa da política, tal como no futebol, o que hoje é mentira, amanhã é verdade, ou poderá ser verdade, o que a torna ainda mais complexa. Eu, após longo período de reflexão, já decidi em quem vou votar, dispenso por isso o dia de reflexão e guardo-o para ir a Sines de propósito exercer um dos meus mais importantes deveres para com a sociedade.
Estive indeciso, assumo, mas agora as dúvidas dissiparam-se.
Sei que alguns dos meus amigos acompanham este blog, sei que costumam vir cá espreitar aquilo que escrevo. Não gosto de ser chato e, talvez por isso apenas me pronuncio sobre política quando me falam no assunto, por isso, caso não vos tenha dito já, espero que vão votar, nem que seja em branco, nem que escrevam o vosso nome e lá coloquem uma cruz. Pesquisem os sites dos vários partidos, ganhem tempo em vez de o perderem noutra coisa qualquer e leiam o que eles propõem. Deixo-vos aqui os links dos programas eleitorais de todos os partidos que concorrem.
Boa reflexão!

Bloco de Esquerda - BE

Partido Popular - PP

Coligação Democrática Unitária - CDU

Movimento Esperança Portugal - MEP

Movimento Mérito e Sociedade - MMS

Movimento Partido da Terra - MPT

Partido comunista dos Trabalhadores Portugueses - PCTP-MRPP

Partido Democrático de Atlântico - PDA

Partido da Nova Democracia - PND

Partido Nacional Renovador - PNR (Dá erro ao tentarmos abrir a página)

Partido Socialista - PS

Partido Social Democrata - PSD

Partido Operário de Unidade Socialista - POUS

Partido Humanista - PH

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Seremos?

Andava ali sem saber bem porquê. Quando ia a sair, agoniado com as dúvidas, que mais pareciam certezas, que regularmente o afligiam, pensava se aquilo valeria a pena, se teria de facto escolhido o caminho certo, se aquilo não seria afinal um beco sem saída. Sentia-se cada vez mais apertado, mais incomodado com tudo aquilo que o rodeava, parecia estar a estreitar o corredor estreito que estava obrigado a percorrer. Para trás não podia ir, era demasiado tarde e além disso, os esqueletos que deixara atrás de si... jamais teria a coragem de os enfrentar.
Para seguir o caminho outrora desejado, tinha atalhado muito, avançado por vezes inesperadamente, muitas vezes fragilizado, preso a escolhas das quais não se podia esconder, a actos que não conseguia esquecer. Para recuperar de tais abalos, pensava que todos os seres estariam a sujeitos a tal destino, que todos teriam feito, ou acabariam por fazer escolhas e com elas teriam de saber viver. Pequenas coisas, irreflectidas por vezes, inevitáveis talvez.
Seremos todos iguais?

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

A morte anunciada

Foi nesse madrugada que lhe foi anunciada a sua morte...
Embora esta fosse à muito previsível de acontecer, ele tinha uma réstia de esperança de lhe poder ser dada mais uma oportunidade. Na realidade a notícia que agora estava a receber, era unicamente uma consequência dos seus actos terrenos, e embora ele tivesse até determinada altura tido a hipótese de ter seguido outro caminho , nunca o fez, e era o reconhecer dessa sua culpa que o deixou em pior estado. Como tinha sido teimoso e negligente...
A notícia foi-lhe dada friamente e sem qualquer intenção de negociação. Acabara, e agora de vez...
Como iria encarar esta sua nova fase, o que iria fazer, como a resolver? Perdera o direito à vida, e só agora percebia o quanto a queria viver e o quanto a desperdiçara. Se pudesse voltar atrás... Mas não podia...
Enquanto todas estas ideias devaneios e sentidos de culpa lhe castigavam a alma, o seu corpo perdia o controlo e a razão evaporava-se juntamente com as lágrimas que lhe corriam pelo rosto. De tudo o que ouviu recordou uma frase em especial: "Só a morte não tem remédio".
Mas não era à morte que acabara de ser condenado?!