quarta-feira, 22 de julho de 2009

Exemplos

Manuel Alegre, político e poeta Português, abandonou a vida de Deputado da Nação. Teremos nos próximos quatro anos, menos um deputado independente na Assembleia da República, tão escassos que são, sentiremos a sua falta, sentirá ainda mais o País do que nós Portugueses.
Mas esta independência julgo que poderá continuar a ser conquistada, adquirida com esforço por aqueles que conseguem colocar o País acima de interesses pessoais, a encarar o seu estatuto, como o de alguém ao serviço da causa pública.
Fala-se muito da perda de valores que por agora nos parece assolar, dizem que entre os jovens principalmente, apesar se ser senso comum que os exemplos fluem melhor de cima para baixo. Não sei como seria antigamente, mas hoje os políticos interessam-se mais por eles e os seus, do que pelo Povo, mesmo do que pelo País, vê-se-lhes nos olhos.
Mas não é só por cá, é assim em todo o lado, com raras excepções que poderiam inspirar o mundo a exigir uma mudança, mas que se acabam sempre por tornar mitos, idealistas utópicos, não praticáveis por mais ninguém que não eles próprios. Pena é que assim seja, que haja por ai mais gente fraca do que aquela que seria necessário, para permitir que os exemplos fluam de alguma forma, em vez de se perderem no lodo onde eles esforçadamente assentam os pés.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Pode ser que sim

Um sentado, costas curvas, pescoço caído, como quem pede ajuda esforçadamente e outro, gracioso, elegante, a passear altivez pelas ruas fora. Ambos se cruzavam diariamente, ou um cruzava o outro, um estático, outro sempre em movimento.
Ambos pedintes, sem se saberem semelhantes, um deles até sem se saber pedinte. Diferentes formas de pedantismo convenhamos, desculpa de um, vergonha do outro.
Um prometia e por vezes até mesmo dava coisas em troca, o outro nada tinha para prometer quanto mais para oferecer.
Diferentes até mesmo naquilo que eram iguais, iguais no que se julgavam diferentes.
Ilusões, suponho que todos as temos, semelhanças felizmente também, todos unidos num infinito rol de diferenças e semelhanças, todos separados, sozinhos em vez de unidos como deveríamos.
A sociedade do eu, chamam-lhe agora, do eu quero, eu sei, eu mando, eu posso e até pode ser que faça um dia, não sei quando, mas pode ser que o faça mesmo.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Vaticano



Confesso que me é difícil não comentar afirmações provenientes dessa organização obscura, que é a Igreja Católica.
Desta vez o Papa Bento XVI, acusou os homens de negócios de terem substituído deus pelo "deus do dinheiro". Eu, confesso ateu e profundo contestatário do Vaticano, perante uma afirmação que revela tamanho desapego material, da parte do líder de uma entidade, que contrata os melhores gabinetes de gestão, que negoceia com supostos traficantes de armas e sabe-se lá mais do quê, pergunto se não terá a igreja católica, também ela, cedido aos caprichos e oportunidades do mundo dos negócios.
Não sei se pelos caprichos, dos sapatos Prada, se pelos chapéus de alta costura que envergam, a Igreja sempre deu a sensação de também ela, apesar dos sacrificios que impõe aos súbditos, ceder demasiado facilmente à tentação do dinheiro fácil. É aliás do conhecimento de público em geral, que o Vaticano através de bancos ou sociedades gestoras, de renome Mundial, joga na bolsa, faz especulação imobiliária e não me admiraria se porventura também lavasse dinheiro com recurso a offshores e fundações.
Costuma dizer-se que aqueles que têm telhados de vidro não devem atirar a primeira pedra, mas aos que têm vitrais artistícos, aconselha-se ainda mais um pouco de prudência.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Ás vezes escrever

É 5ª feira e eu, ainda indeciso sobre o meu fim-de-semana, Lisboa ou Sines?
Isto até está calor e apetece praia, se ficar em Lisboa não me vou enfiar no trânsito, se for para Sines, tenho que passar pela viagem de carro (o heli tá avariado...), mas a minha Samoqueira compensará tudo isso, a balança, tende por isso para Sul ( será a gravidade?).
Hoje foi um dia interessante, uns problemas para resolver no trabalho (chefes nem os vi), resolvidos numa aprendizagem contínua, cenas épicas na assembleia da república com os chifres do Ministro aos comunistas, demitindo-se de seguida, o sol brilha, amanhã é sexta-feira, depois de amanhã é sábado e esta semana está a demorar a passar. Explicável talvez por ter estado quase 3 dias sem te ver, mas que esta semana se arrasta, isso sem dúvida.
Talvez Sines, com uma passagem por Marinhais, a minha terra de sangue. Por lá passa uma estrada que parece, ter feito nascer em torno dela, de uma pequena parte dela, uma povoação de onde todos os meus genes vieram, uma terra que ainda consegue viver da terra.
É isso mesmo! Fiscalizo sentimentalmente as obras na quinta da serradora, almoço com os meus pais e com a minha avó Hortense e desço contigo para Sul.
Ás vezes escrever ajuda-me a decidir.