domingo, 13 de março de 2011

O Mundo por uma lente - Capítulo 2





MOINHO DE MARÉ - CORROIOS

Ao longo da Idade Média, o aproveitamento da energia das marés para a moagem dos cereais conheceu uma difusão no espaço europeu, tendo sido identificadas na Irlanda do Norte as mais antigas estruturas deste tipo, as quais remontam ao século VII. Posteriormente viriam a ser edificados moinhos de maré em diversas regiões do litoral Atlântico Europeu, e a partir do século XVI, também em outros Continentes.

O Moinho de Maré de Corroios foi edificado em 1403 por ordem do Condestável, D. Nuno Álvares Pereira. Foi ampliado no início do século XVIII após ter sofrido grandes danos no terramoto de 1755. Em 1980 foi adquirido pela Câmara Municipal do Seixal, que o restaurou e abriu ao público, em Setembro de 2009, como parte do Ecomuseu Municipal.

O Moinho de Corroios é dos raros que se mantém em funcionamento na área do Estuário do Tejo.

sexta-feira, 11 de março de 2011

A luta



Trago presas a mim uma série de cordas que me servem de lastro, numa batalha constante, entre aquilo que me faz voar e aquilo que me faz sempre voltar a terra.
Sabes, acho que as pessoas são feitas de pedaços de coisas que nos acontecem.

- Vamos lá hoje?

Na ponta de cada corda, uma lata cheia das mais diferentes coisas, a família, os amigos, a ideia de uma vida cheia, de um amor ideal, a imagem que achamos que os outros têm de nós.
Li algures que cada pessoa são três pessoas diferentes, uma aos olhos dos outros, outra aos nossos e aquela que somos na realidade.

- O meu filho já tem a vidinha feita!

Casa comprada, carro novo, mulher e para breve um filho, tudo para pagar durante a vida. Sim, que cada vez se vive até mais tarde por isso há muito tempo para pagar. As latas arrastadas pelo chão, porque a chama não é tão forte assim para aquecer o ar do nosso balão. E então vivemos na nossa pequena capoeira, com asas mas sem saber como voar sobre as paredes da nossa vida.

- Hoje mascaraste-te de deusa foi?

Palavras que ficam por dizer, actos guardados e arrumados numa gaveta qualquer, e nós fechados na nossa bola de cristal, tão depressa transparente como opaca, para que possamos esconder só uma parte dos nossos medos, defeitos e contradições. A mim sempre me deixaram desconfiado as pessoas demasiado perfeitinhas.

- Vamos fazer uma manifestação pacífica!

Todos juntos, num chinfrim de latas pelo chão a fazer saber que estamos aqui e não somos parvos, que chova e faça frio à vontade, porque as nossas chamas não se apagam assim.
Acho que todos os jovens do mundo se deviam juntar, agora que temos um País que nos une a todos.

- Vamos marcar isto no facebook!

Qualquer dia temos mais gente que a China, mas sem armas, só um exército de palavras e imagens, e sem fronteiras que nos confinem a um espaço fechado. Havemos de conseguir fazer o que nunca foi feito, juntar o mundo inteiro em torno de um sitio só, e aí sim, alguma coisa poderá acontecer. Que se perdoem as dívidas virtuais, que se esqueçam as zangas antigas, porque nós ainda somos jovens e não queremos viver com estas cruzes todas a vida inteira. Corta-se a ponta da corda e já está! Voamos um bocadinho mais alto e vemos as coisas de outra maneira.

- E tu eras aquele miúdo mais bronzeado!

Mas já não somos miúdos sabes? Isso é o que nos chamam aqueles que não nos querem ouvir, mas a vida não nos deixa mais sermos crianças. É altura de pegar a vida pelos colarinhos e encostá-la à parede lá de casa.

- Vais à manifestação amanhã?

Não levo cartazes nem bandeiras, só uma folha A4 com umas palavras. Visto-me de escuro e vou com os meus sonhos todos para lá. E não me digam que não posso sonhar, porque foram vocês que me ensinaram que "sempre que o homem sonha, o mundo pula e avança" e desta vez, quem sabe, se não chegamos mesmo a voar.

- Se vocês mostrarem que têm força, os outros vão todos atrás!

Vestiste-te de preto e de certeza que nunca nada te ficou assim tão bem, não é que eu tenha sonhado, mas acordado vi-te num sonho feito por mim, em que me sorrias e dizias que sim. Mas as cordas às vezes parecem correntes sabes? Eu sei que sabes... Saltamos mas não saímos do chão, gritamos mas ninguém nos ouve, tentamos respirar e sufocamos, queremos ver melhor e ficamos cegos, afinal pode ser que seja preciso batermos no fundo, para finalmente não temermos mais nada.

domingo, 6 de março de 2011

O Mundo por uma lente - Capítulo 1





INSTITUTO SUPERIOR DE AGRONOMIA - LISBOA

A Escola
O Instituto Superior de Agronomia (ISA) é, em Portugal, a maior e mais qualificada escola de graduação e pós-graduação em Ciências Agrárias, sendo o seu know-how reconhecido nacional e internacionalmente. Com 156 anos de experiência, adapta o seu ensino à evolução tecnológica e à realidade do País, apostando na qualidade e modernização do mesmo.

História
O Instituto Superior de Agronomia (ISA) tem as suas raízes remotas em 1852, com a criação do Instituto Agrícola e Escola Regional de Lisboa, no reinado de D. Maria II, durante a Regeneração, dirigida por Fontes Pereira de Melo.

No ano de 1864 verificou-se a junção do Instituto Agrícola de Lisboa com a Escola de Veterinária Militar (ao Salitre), que fora fundada pelo Governo do Rei D. Miguel em 1830 (29-III), criando-se, deste modo, o Instituto Geral de Agricultura.

Após a implantação da República, em 1910, todo o sistema educativo do País entra em transformação. O Instituto de Agronomia e Veterinária é extinto e substituído por duas instituições diferenciadas: a Escola Superior de Medicina Veterinária e o Instituto Superior de Agronomia. Era Ministro de Fomento do Governo Provisório da República Manuel Brito Camacho, que instituiu os títulos de Engenheiro Agrónomo e de Engenheiro Silvicultor para os novos licenciados do Instituto Superior de Agronomia.

Localização
O Instituto Superior de Agronomia (ISA) está localizado na Tapada da Ajuda a qual é um Parque Botânico com cerca de 100 ha, no interior da cidade de Lisboa, de reconhecido interesse internacional, no qual se destacam uma Reserva Botânica única (a Reserva Botânica Natural D. António Xavier Pereira Coutinho), onde estão representadas as espécies características do clímax da zona, jardins, arboretos diversos, viveiros florestais, terrenos de cultura (pomares, vinhas, prados, culturas arvenses e hortícolas) e diversas espécies domésticas e silvestres características.

Património

Para além do património botânico e vegetal, pode encontrar entre outros os seguintes patrimónios históricos e arquitectónicos:

- Edifício Principal do ISA;
- Pavilhão de Exposições;
- Minas de Água;
- Anfiteatro (ou Auditório) de Pedra;
- Observatório Astronómico de Lisboa.

Dados Interessantes
- Um dos antigos alunos desta instituição, tendo concluído em 1986 o curso de Engenheiro Agrónomo, na especialidade de Melhoramentos, foi o vocalista da banda Xutos e Pontapés, o famoso Tim.
- No interior da Tapada existe o restaurante de qualidade chamado "A Pateira".
- É possível o acesso automóvel ao interior da Tapada através do portão Jau (Rua Jau), sob o pagamento de 1,5€. De qualquer modo se for dada a indicação ao porteiro que nos vamos dirigir ao restaurante, talvez ele não cobre nenhuma taxa... dependendo do estado de humor do mesmo.
- A primeira antena de telecomunicações disfarçada de árvore foi instalada no interior da Tapada.