quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Até Sábado!

Por estes dias o meu irmão está na Cidade do Cabo e, ao que parece, tu estás no céu, porque hoje quando saí de casa de manhã, apesar do vento gelado que se fazia sentir na Afonso III, senti-te a aquecer-me a cara. Falei com ele há uma hora, andava num barco com o fundo transparente, imagino que a ver aquilo que sempre esteve habituado a ver, mas que ali, naquela ponta do mundo, terá outro significado. Quando eu lá for, vou encarnar por minutos a pele de um marinheiro luso, à espera de encontrar o fim do mundo numa catarata sem fim, de peito aberto, levando comigo chineses, ingleses e japoneses sempre prontos a registar fotograficamente esses momentos finais, em que juntos, descobríamos finalmente o que havia para lá do horizonte longínquo. Mas tu não faças isso, vê lá mas é se voltas são e salvo.
E tu? Tu só podes estar no céu, porque aqui não te vejo e a lua cheia revela, como tu tanto gostas, uma cor diferente nas pessoas, daquelas que só se observa em dias assim, quando pareces sair daqui e ir lá para cima. Aqui em baixo está frio, aí não? Há a sauna, o banho turco, o aquecimento do carro, os banhos quentes matinais, o pijama no aquecedor a óleo, mas nada sabe tão bem como o teu calor  na minha cara.
Parece que foste tu de manhã e agora à noite outra vez, num brilho de uma lua quase cheia, que nos espera no fim de semana que aí vem. Depois há o calor do escuro do Lux, num sábado à noite com tantos sorrisos amigos por perto. De vez em quando fujo e desapareço. Sabe sempre melhor chegar, quando se sabe que se vai partir outra vez.

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