quarta-feira, 22 de abril de 2009

O homem do nome artístico

Adoptou um nome artístico, porque o que era ele senão um grande artista? Ao longo do tempo foi aprendendo pequenos truques mágicos, que só ele poderia juntar aleatoriamente de forma a criar mais um acto de ilusionismo puro.
Da infância recordava com especial nostalgia, aquela noite de Santo António, em que depois de ter liderado o grupo de amigos na tradicional ronda de angariação de fundos porta a porta, assumiu o papel de tesoureiro. Muito embora lhe tenha ficado ali recomendado, que não seguisse esse área profissional, anunciou, envergonhado por entre pedidos de desculpa e lágrimas de crocodilo, que tinha perdido parte de tão nobre recolha. Os amigos desculparam-lhe o facto e, no dia a seguir apareceu-lhes a meio da tarde, depois da escola, com o seu novo relógio digital.

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