terça-feira, 14 de abril de 2009

l´Aquila



Talvez por medo, que as palavras com a sua força própria, possam atrair algo que tanto temo, ainda não escrevi sobre o que se passou em Itália.
Solidário com a dor, muito embora saiba que apenas sofrendo na pele se possa verdadeiramente sentir, as consequências desta prova de vida do nosso Planeta, tremo só de pensar, como seria se um sismo idêntico ao que ocorreu em Aquila, ocorresse aqui, em Lisboa.
Analiso com detalhe o tipo de construção que serve de tecto a todos os que me são queridos, bem como respectivos locais de trabalho, para de seguida desejar que eles estejam na rua, numa qualquer praça da cidade, quando tal acontecer.
Um distinto engenheiro, especializado em sismologia, bem como outras personagens ligadas à área, previram há anos, que estava eminente um abalo semelhante ao de 1755, que atingiria Lisboa e toda a região costeira desde o Algarve. Em Itália, também previram a ocorrência de um sismo, mas por falta de evidÊncias nenhuma medida foi tomada, acontecendo o que se pôde verificar depois.
Tal como alguém à beira da morte tem dificuldade em falar sobre esse facto inequívoco da vida, também eu, sinto a mão presa sempre que tento escrever sobre Aquila e sobre a possibilidade da ocorrência de um sismo por cá, que faça tremer os alicerces da nossa própria existência.
Porque a dor que me provocam as imagens que me surgem na mente, sempre que penso nisto, é demasiado grande e, porque não fizemos, não fazemos e não iremos fazer o que deve e pode ser feito, para diminuir as consequências de um abalo assim, abstenho-me de sofrer mais à custa da minha fértil imaginação e, por isso, apenas vos desejo boa sorte, esperando que alguém ma deseje a mim também.

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