terça-feira, 20 de outubro de 2009

Nem que seja por escrito

À terça parece que andamos por obrigação da condição em que nos encontramos. A semana já começou e agora é aguentar até à próxima sexta à noite. Passada a fase eleitoral, que por norma assisto como se de um mundial de futebol se tratasse, deslizamos agora suavemente até ao findar de um novo ano e início de um outro que sempre me fascinou. 2010 e uma nova década. Lembram-se de quando pensavam em 2010 nos anos 80 e 90? Uma desilusão! Não há robots, não há carros voadores, nem nos vestimos de fatos completos de lycra, com estampados geométricos. Não habitamos a lua, não temos naves espaciais dignas desse nome e continuamos a andar de ganga. Como será em 2030? Continuará Portugal bem classificado na lista de países com maior desigualdade social? Onde estarei eu em 2030? Quem serei eu? Que farei nessa altura? Nestes dias, um novo apelo começa a despontar em mim. Não é nada paternal, desenganem-se, mas começo a achar que devo tentar participar um dia no campeonato do mundo de futebol. Não gosto do formato actual, nem dos seus poucos ideais e, talvez por isso não me apeteça ficar só a ver. Como conseguimos afinal mudar algo de que gostamos tanto e que julgamos estar mal, se ficamos apenas a assistir? Esta questão é no fundo, a génese de toda esta minha problemática existencial. Como toda a boa questão existencial, esta terá de ser pensada, repensada e analisada de fora com recurso a amigos. Às vezes, parece que estou para aqui a escrever para ninguém, a escrever apenas para mim e em boa parte isso é verdade. Aqui sinto-me tão bem comigo que tudo fica mais claro, que tudo fica mais simples e desanuviado. Comigo sempre foi assim, sempre me expressei melhor por escrito do que forma oral, não que tenha algum problema na articulação de palavras, talvez esteja mais relacionado com a timidez do que com o facto de ser um discreto sopinha de massa. Em relação ao campeonato do mundo em que quero participar, apenas vos peço que me avisem se mudar, se me tornar noutra pessoa que vocês não apreciem da mesma forma, eu, garanto-vos que também vos vou avisando, nem que seja por escrito.

2 comentários:

Helô disse...

Não teria tanta certeza quanto à inexistência de um "problema na articulação das palavras"...
Think about it!

Anónimo disse...

Cachucho,

Às vezes pode parecer que estás a escrever apenas para ti, mas eu cá gosto de passar por aqui e ver o que tu e o José andam a escrever. Continuem!

Um abraço!

João Mestre.